Avaliação do custo energético da marcha em militares utilizando coturno com e sem placa de carbono no solado : resultados preliminares

Abstract

INTRODUÇÃO: Nos últimos dez anos houve uma evolução significativa nos calçados esportivos, demonstrando melhorias no consumo energético durante a corrida com tênis de placa de carbono no solado, entretanto poucos estudos propuseram avaliar o consumo energético durante utilização de diferentes calçados. OBJETIVO: Este estudo preliminar tem como objetivo comparar o consumo metabólico da marcha (VO2) entre um coturno com solado de poliuretano (PU) com placa de carbono (PUCP) e um coturno com solado de PU sem placa (PUSP). MÉTODOS: Neste estudo, participaram 16 militares voluntários da Polícia Militar do Estado de São Paulo, com idade de 35,4 ± 3,4, altura de 177,2 ± 4,7 cm e massa corporal de 79,4 ± 7,7 kg. Os voluntários foram submetidos a caminhada em uma esteira a 5 km/h por cinco minutos utilizando cada um dos modelos de coturno (PUCP e PUSP). O protocolo de marcha foi realizado vestindo camiseta, shorts, e colete tático de 10 kg e uma mochila que ao todo continha uma carga de 20% do peso corporal. Para avaliar o consumo de oxigênio (VO2) e a produção de dióxido de carbono, durante o teste de marcha, foi utilizado o analisador de gases Metalyzer/Cortex, (Alemanha). A ordem do teste foi espelhada para cada modelo de calçado, sendo avaliado em duas tentativas. A média do VO2 obtido foi utilizada para comparar os resultados. RESULTADOS: O VO2 (PUCP: 13,5 ± 1,0 ml/min/kg; PUSP: 13,7 ± 1,2 ml/min/kg; p= 0,03; d=0,50), a taxa metabólica (PUCP: 3,97 ± 0,32 W/kg; PUSP: 4,03 ± 0,37 W/kg; p= 0,027; d=0,52) e o custo da marcha (PUCP: 2,86 ± 0,23 W/kg; PUSP: 2,90 ± 0,26 W/kg; p= 0,027; d=0,52) foram menores para o coturno com a inserção de placa de carbono comparado ao coturno sem a placa. CONCLUSÃO: Esses resultados são promissores, pois demonstram a potencialidade/funcionalidade do coturno com placa de carbono em otimizar em média 1,5% o consumo metabólico da marcha militar, utilizando o protótipo de coturno com placa de fibra de carbono.______________________________________________________________________________INTRODUCTION: In the past decade there has been significant evolution in athletic footwear, demonstrating improvements in energy consumption during running with carbon-plated shoes. However, few studies have aimed to assess energy consumption during the use of different footwear. OBJECTIVE: This preliminary study aims to compare the metabolic cost of walking (VO2) between military boots with a polyurethane (PU) sole with a carbon plate (PUCP) and military boots with a PU sole without a plate (PUSP). METHODS: In this study, 16 voluntary military participants from the Military Police of the State of São Paulo, aged 35.38 ± 3.44, height 177.25 ± 4.68 cm, and body mass 79.44 ± 7.75 kg, took part. Participants underwent walking on a treadmill at 5 km/h for five minutes using each boot model (PUCP and PUSP). The walking protocol involved wearing a t-shirt, shorts, a 10 kg tactical vest, and a backpack with a load totaling 20% of body weight. To assess the consumption of oxygen and carbon dioxide volumes during the walking test, the Metalyzer/Cortex gas analyzer (Germany) was used. The test order was mirrored for each footwear model, with two attempts evaluated. The mean VO2 obtained was used to compare the results. RESULTS: The VO2 (PUCP: 13.5 ± 1.0 ml/min/kg; PUSP: 13.7 ± 1.2 ml/min/kg; p= 0.03; d=0.50), metabolic rate (PUCP: 3.97 ± 0.32 W/kg; PUSP: 4.03 ± 0.37 W/kg; p= 0.027; d=0.52), and walking cost (PUCP: 2.86 ± 0.23 W/kg; PUSP: 2.90 ± 0.26 W/kg; p= 0.027; d=0.52) were lower for the boot with carbon fiber plate compared to the boot without the plate. CONCLUSION: These results are promising, as they demonstrate the potential/functionality of the boot with a carbon fiber plate in optimizing, on average, 1.5% of the metabolic cost of military walking, using the prototype boot with a carbon fiber plate.