Validação psicométrica da toronto alexithymia scale - 20 em uma amostra de referência de atletas

Abstract

Alexitimia é entendida como uma falta de expressão de palavras para tradução de sentimentos e emoções. Na questão da regulação e expressão emocional, atletas são um universo à parte, pois a expressão e a negação dos sentimentos ganham juízo de valor, e podem se tornar um fator psíquico potencial do incremento do desempenho físico, principalmente em atletas de alto nível. O objetivo deste estudo foi verificar a estrutura fatorial da Toronto Alexithymia Scale – 20 (TAS-20), determinando evidências de confiabilidade interna e validade de constructo, em uma amostra de referência de atletas. MÉTODOS: a amostra constituiu – se de 330 atletas, dentre os quais 138 (41,8%) do sexo feminino, com idade média de 25,78 (± 7,14; máx = 60; mín = 18) anos e nível de competitividade de iniciante a elite. Foi utilizada a análise fatorial confirmatória para análise do modelo estrutural e para o modelo de mensuração, foram investigadas evidências de validade convergente, discriminante e de confiabilidade interna. RESULTADOS: o modelo final ajustado, tridimensional com um fator de segunda ordem, apresentou resultados de adequação (RMSEA = 0,078; CFI = 0,99; TLI = 0,96; GFI = 0,98; AGFI = 0,97; χ2/gl = 3) satisfatórios e condizentes com estudos equivalentes, após a eliminação de sete itens, totalizando treze itens ao final. As evidências de confiabilidade interna foram geradas, mas não foi possível determinar evidências satisfatórias de validade convergente e discriminante para todos os fatores. CONCLUSÃO: foi possível confirmar o modelo estrutural original, mas frente à eliminação de sete itens, sugere-se aos pesquisadores que forem aplicar essa versão para atletas, a correção nos valores de avaliação de risco de alexitimia. Frente às insuficientes evidências de validade discriminante, recomenda-se adotar o escore geral do instrumento para análise, e não o escore por fator, conforme inicialmente proposto pelo criador da medida. _____________________________________________________________________________ Alexithymia can be understood as a lack of words to translate feelings and emotions. In the matter of regulation and emotional expression, athletes are a universe apart, since the expression and denial of feelings gain judgment of value, and may become a potential psychic factor for the increase of physical performance, especially for high level athletes. The aim of this study was to verify the psychometric properties of the Toronto Alexithymia Scale – 20 (TAS – 20), with evidences of internal reliability and construct validation, with a sample of athletes. METHODS: the sample was composed by 330 athletes, including 138 (41,8%) females, with average age of 25,78 (± 7,14; max = 60; min = 18) years; and level of competitiveness from beginner to elite levels. Confirmatory factor analysis was used to analyze the structural model, and for the measurement model, evidence of internal consistency and convergent and discriminant validity were investigated. RESULTS: the final adjusted model, three-dimensional with second order factor, presented adequacy results (RMSEA = 0,078; CFI = 0,99; TLI = 0,96; GFI = 0,98; AGFI = 0,97; χ2/GL = 3) satisfactory and consistent with equivalent studies, after the elimination of seven items, a total of twenty-items. Evidence of internal reliability was generated, but it was not possible to determine satisfactory evidence of convergent and discriminant validity for all factors. CONCLUSION: it was possible to confirm the original structural model, but in view of the seven items elimination, it is suggested to researchers in applying this version for athletes, the correction of the values assessment risk for alexithymia. In view of the insufficient evidence of discriminant validity, it was recommended to adopt the general score of the instrument for analysis, and not the score by factor, as inicially proposed by the creator of the measure.