Efeito da restrição de fluxo sanguíneo no desempenho da força máxima de extensores e flexores de joelho

Abstract

Uma das formas mais utilizadas de se obter o condicionamento físico é através do treinamento contrarresistência (TCR) porém, este método apresenta barreira para indivíduos que apresentam distúbios ósseos e articulares e musculares devido a baixa capacidade de aplicação de carga. Uma das formas de se realizar este treinamento é através da técnica de restrição de fluxo sanguíneo (RFS), cuja finalidade é impor restrição do fluxo sanguíneo durante a realização do treinamento com baixas cargas e obtendo com isso o aumento da atividade anabólica. Os estudos a respeito dos efeitos do treinamento com restrição de fluxo sanguíneo são escassos atualmente e este estudo visa analisar os seus efeitos no desempenho da força máxima nos extensores e flexores do joelho. MÉTODOS: contou-se com uma amostra de nove militares da Bateria Estácio de Sá, situada na Fortaleza de São João, no bairro da Urca/RJ, todos do sexo masculino, com idade média de 18,55 ± 0,53 anos. A pressão de restrição arterial total foi conhecida a partir da inflação de um manguito na região proximal da coxa, até a verificação de ausência de fluxo arterial por aparelho de ultrassonografia com Doppler. Os testes de força ocorreram no dinamômetro isocinético Cybex II e, duas situações: Fluxo sanguíneo livre (FSL) e restrição de fluxo sanguíneo (RFS). Para a primeira situação, foram registrados o pico de torque e o trabalho total durante a execução de três séries de cinco repetições máximas na velocidade angular de 60o/s, com intervalo de 1 min entre as séries, modo concêntrico/concêntrico. Para a segunda situação, o manguito foi colocado no primeiro terço da coxa, a pressão utilizada foi de 50% de oclusão total. RESULTADOS: O TCR com RFS prejudicou o desempenho da força máxima durante o movimento de extensão do joelho no modo isocinético entre as séries 1 e 3: pico de torque (-26,67±17,42, p=0,005), potência (-23,11±17,04, p=0,003) e trabalho total (-90,22±92,73). Não houve diferença estatísticamente significativa na condição sem restrição de fluxo sanguíneo para nenhuma variável (p>0,05). CONCLUSÃO: Conclui-se que o TCR com RFS a baixas cargas reduziu o desempenho da força máxima nos extensores do joelho devido a hipóxia local e os efeitos derivados desta situação, assim como a depleção da fosfocreatina e diminuição do pH muscular. Além disso mostra-se como uma alternativa viável para populações idosas e com doenças osteomioarticulares. Contudo, os protocolos que versam sobre a aplicação da técnica carecem de maior aprofundamento para se definir a quantidade de séries, a pressão de oclusão e a carga aplicada. ___________________________________________________________________________ One of the most used ways to obtain physical conditioning is through resistance training (TCR), however, this method presents a barrier for individuals who present bone and joint and muscle disorders due to the low capacity to apply load. One of the ways to carry out this training is through the blood flow restriction technique (RFS), whose purpose is to impose blood flow restriction during training with low loads and thereby obtaining an increase in anabolic activity. Studies on the effects of training with restricted blood flow are scarce today and this study aims to analyze its effects on the performance of maximum strength in knee extensors and flexors. METHODS: there was a sample of nine soldiers from the Estácio de Sá Battery, located in the Fortaleza de São João, in the neighborhood of Urca / RJ, all male, with an average age of 18.55 ± 0.53 years. The pressure of total arterial restriction was known from the inflation of a cuff in the proximal region of the thigh, up to the verification of the absence of arterial flow by an ultrasound device with Doppler. The strength tests were performed on the Cybex II isokinetic dynamometer and, two situations: Free blood flow (FSL) and blood flow restriction (RFS). For the first situation, peak torque and total work were recorded during the execution of three sets of five maximum repetitions at an angular speed of 60º/ s, with an interval of 1 min between sets, in concentric / concentric mode. For the second situation, the cuff was placed on the first third of the thigh, the pressure used was 50% of total occlusion.. RESULTS: The TCR with RFS impaired the performance of the maximum force during the knee extension movement in the isokinetic mode between series 1 and 3: peak torque (-26.67 ± 17.42, p = 0.005), power (-23, 11 ± 17,04, p = 0,003) and total work (-90,22 ± 92,73). There was no statistically significant difference in the condition without blood flow restriction for any variable (p> 0,05). CONCLUSION: It is concluded that the TCR with RFS at low loads reduced the performance of the maximum strength in the knee extensors due to local hypoxia and the effects derived from this situation, as well as the depletion of phosphocreatine and decreased muscle pH. In addition, it is shown as a viable alternative for elderly populations and those with osteomioarticular diseases. However, the protocols that deal with the application of the technique need further study to define the number of series, the pressure of occlusion and the applied load.