A inteligência artificial : desafios do comandante militar estratégico frente ao processo de tomada de decisão

Abstract

Desde o início do século XXI, a humanidade tem vivenciado grandes alterações devido à Quarta Revolução Industrial, caracterizada pela integração de tecnologias nos âmbitos digital, físico e biológico, resultando em progressos consideráveis em diversos setores. Essas transformações beneficiaram processos industriais, econômicos, sociais e militares, ampliaram o acesso a informações e avanços na medicina, além de fomentarem a sustentabilidade através do uso de tecnologias mais sustentáveis. No cerne dessa revolução, a inteligência artificial (IA) tem se destacado, avançando rapidamente para alterar setores chave de maneira comparável à transformação que a eletricidade trouxe há cerca de cem anos. A IA não apenas aprimora serviços personalizados, mas também ajuda na previsão de tendências e comportamentos, mudando radicalmente como as decisões são tomadas no âmbito empresarial e governamental. Contudo, a adoção da IA vem com desafios importantes, incluindo questões de privacidade, segurança cibernética e dilemas éticos, além da dependência de sistemas automatizados que aumentam a probabilidade de falhas críticas. O ambiente operacional do século XXI se destaca por sua complexidade e pela mistura de ações convencionais e de guerras híbridas, evidenciando a importância da cibernética e das operações de informação, que são tão essenciais quanto os confrontos físicos. A complexidade é agravada pelo grande volume de informações, frequentemente saturado por desinformação e fake news, que podem alterar a percepção pública e obstruir a comunicação estratégica e a inteligência. Assim, a tomada de decisão militar se torna um aspecto fundamental, demandando respostas rápidas e baseadas em informações verificáveis. A incorporação da IA na tomada de decisões militares facilita a análise veloz de grandes quantidades de dados, identificando padrões e anomalias que anteriormente não seriam percebidos, proporcionando uma vantagem crucial e permitindo respostas mais rápidas e embasadas a ameaças. Apesar desses progressos, a dependência crescente de tecnologias de IA implica em riscos adicionais, como a manipulação de dados e a vulnerabilidade a ataques cibernéticos, necessitando de uma administração meticulosa e uma contínua avaliação dos riscos relacionados, enquanto a tecnologia continua a ser uma ferramenta essencial para enfrentar os desafios do século XXI. Nesse cenário, a Exército Brasileiro por meio do seu Plano Estratégico 2024-2027 tem priorizado o aperfeiçoamento do Sistema de Informação da Força Terrestre, no qual a inteligência artificial estar inserida. Assim, o problema proposto foi assim sintetizado: quais os desafios da inteligência artificial no processo de tomada de decisão do comandante militar estratégico? Para tanto, foi conduzida uma pesquisa exploratória, fundamentalmente, como uma pesquisa bibliográfica, empregando fontes primárias e secundárias. A investigação oferece uma visualização de desafios da inserção da IA no processo decisório para análise dos comandantes militares, principalmente quanto aos aspectos de segurança, processamento de dados e éticos. Os resultados podem contribuir para uma melhor adequação das ações, processos e diretrizes de emprego dessa nova tecnologia, possibilitando também, melhoria doutrinária do processo de tomada de decisão militar da Força Terrestre.

Desde principios del siglo XXI, la humanidad ha experimentado grandes cambios debido a la Cuarta Revolución Industrial, caracterizada por la integración de tecnologías digitales, físicas y biológicas, lo que ha dado lugar a considerables avances en diversos sectores. Estas transformaciones han beneficiado a los procesos industriales, económicos, sociales y militares, ampliado el acceso a la información y los avances en medicina, además de fomentar la sostenibilidad mediante el uso de tecnologías más sostenibles. En el centro de esta revolución, la inteligencia artificial (IA) ha pasado a primer plano, avanzando rápidamente para alterar sectores clave de un modo comparable a la transformación que supuso la electricidad hace cien años. La IA no sólo mejora los servicios personalizados, sino que también ayuda a predecir tendencias y comportamientos, cambiando radicalmente la forma en que se toman las decisiones en las empresas y la administración pública. Sin embargo, la adopción de la IA viene acompañada de retos importantes, como problemas de privacidad, ciberseguridad y dilemas éticos, así como una dependencia de los sistemas automatizados que aumenta la probabilidad de fallos críticos. El entorno operativo del siglo XXI se caracteriza por su complejidad y por la mezcla de acciones convencionales y de guerra híbrida, lo que pone de relieve la importancia de las operaciones cibernéticas y de información, tan esenciales como los enfrentamientos físicos. La complejidad se ve agravada por el enorme volumen de información, a menudo saturado por la desinformación y las noticias falsas, que puede alterar la percepción pública y obstaculizar la comunicación estratégica y la inteligencia. Como consecuencia, la toma de decisiones militares se convierte en un aspecto fundamental, que requiere respuestas rápidas basadas en información verificable. La incorporación de la IA a la toma de decisiones militares facilita el análisis rápido de grandes cantidades de datos, identificando patrones y anomalías que antes habrían pasado desapercibidos, proporcionando una ventaja crucial y permitiendo respuestas más rápidas e informadas a las amenazas. A pesar de estos avances, la creciente dependencia de las tecnologías de IA conlleva riesgos adicionales, como la manipulación de datos y la vulnerabilidad a los ciberataques, lo que requiere una gestión meticulosa y una evaluación continua de los riesgos relacionados, si bien la tecnología sigue siendo una herramienta esencial para hacer frente a los retos del siglo XXI. En este escenario, el Ejército Brasileño, a través de su Plan Estratégico 2024-2027, ha priorizado la mejora del Sistema de Información de la Fuerza Terrestre, que incluye la inteligencia artificial. El problema propuesto se resumió de la siguiente manera: ¿cuáles son los desafíos de la inteligencia artificial en el proceso de toma de decisiones del comandante militar estratégico? Para ello, se realizó un estudio exploratorio, básicamente bibliográfico, utilizando fuentes primarias y secundarias. La investigación ofrece una visualización de los retos de la inserción de la IA en el proceso de toma de decisiones para que los comandantes militares los analicen, principalmente en términos de seguridad, procesamiento de datos y aspectos éticos. Los resultados pueden contribuir a una mejor adaptación de las acciones, procesos y directrices para el uso de esta nueva tecnología, así como posibilitar la mejora de la doctrina del proceso de toma de decisiones militares de la Fuerza Terrestre