Influência de um jogo oficial na resposta termográfica de membros inferiores de atletas militares da seleção militar de futebol

Abstract

INTRODUÇÃO: A temperatura da pele do corpo humano é influenciada pelo processo de termorregulação, permitindo a adaptação às mudanças ambientais e necessidades metabólicas. No futebol a temperatura da pele pode aumentar, principalmente nos membros inferiores, submetidos a elevado estresse físico e térmico. O objetivo deste estudo é comparar as respostas termográficas pré e pós-jogo dos membros inferiores dos atletas da Seleção Brasileira Militar de Futebol e, a partir da variação térmica, correlacioná-la com a carga de trabalho realizada na partida e a massa corporal total de cada atleta. MÉTODOS: A pesquisa foi um estudo quase-experimental, com uma amostra de 16 atletas que participaram efetivamente do jogo analisado; foram realizadas avaliações da composição corporal e aptidão cardiorrespiratória dos jogadores, a coleta de imagens termográficas dos membros inferiores 24 horas antes do jogo e 48 horas após o jogo, e a avaliação da carga de trabalho realizada por cada atleta durante a partida. RESULTADOS: Observou-se um aumento significativo da temperatura da pele na maioria das regiões, sugerindo a resposta inflamatória e estresse térmico decorrente do exercício intenso e das condições ambientais. Além disso, identificou-se áreas de "alerta" e "pré-lesão”, indicando a necessidade de intervenções preventivas e estratégias de recuperação. A correlação entre a carga de trabalho e as variações térmicas não foi significativa, enfatizando a importância da individualidade biológica na termorregulação. No entanto, encontrou-se uma correlação discreta (tau-b = 0,377; p = 0,043), mas estatisticamente significativa, entre a massa corporal dos atletas e as variações térmicas em algumas regiões, ressaltando a importância de considerar a composição corporal nos planos de treinamento. CONCLUSÃO: O estudo oferece informações valiosas para a comissão técnica da equipe, visando melhorar o desempenho dos jogadores, minimizar o risco de lesões e ajustar as estratégias de treinamento com base nas respostas termográficas individuais.___________________________________INTRODUCTION: The temperature of the human body's skin is influenced by the process of thermoregulation, allowing for adaptation to environmental changes and metabolic needs. In soccer, skin temperature can increase, especially in the lower limbs, subjected to high physical and thermal stress. The aim of this study is to compare the pre and post-game thermographic responses of the lower limbs of athletes from the Brazilian Military Soccer Team and, based on the thermal variation, correlate it with the workload during the match and the total body mass of each athlete. METHODS: The research was a quasi-experimental study with a sample of 16 athletes who actively participated in the analyzed game. Assessments of body composition and cardiorespiratory fitness of the players were conducted, as well as the collection of thermographic images of the lower limbs 24 hours before and 48 hours after the game, and an evaluation of the workload performed by each athlete during the match. RESULTS: A significant increase in skin temperature in most regions was observed, suggesting the inflammatory response and thermal stress due to intense exercise and environmental conditions. Additionally, "alert" and "pre-injury" areas were identified, indicating the need for preventive interventions and recovery strategies. The correlation between workload and thermal variations was not significant, emphasizing the importance of biological individuality in thermoregulation. However, a discreet yet statistically significant correlation (tau-b = 0,377; p = 0,043) was found between the athletes' total body mass and thermal variations in some regions, underscoring the importance of considering body composition in training plans. CONCLUSION: The study provides valuable information for the team's coaching staff, aiming to enhance player performance, minimize the risk of injuries, and adjust training strategies based on individual thermographic responses.