Primeira sessão do plano de 12 semanas de Treinamento Físico Militar Operacional (TFMO) : caracterização através da análise de lactato sanguíneo e frequência cardíaca

Abstract

INTRODUÇÃO: As sessões de Treinamento Físico Militar Operacional (TFMO) consistem em exercícios projetados para desenvolver capacidades físicas necessárias para o Teste Físico Operacional (TFO), teste que avalia a prontidão operacional das tropas da Força de Prontidão do Exército Brasileiro. Tem como base exercícios específicos que utilizam sistemas energéticos e movimentos corporais semelhantes aos encontrados no combate real. Este estudo tem por objetivo caracterizar fisiologicamente a primeira sessão de TFMO com base na coleta de frequência cardíaca (FC) e lactato sanguíneo. MÉTODOS: este estudo quantitativo transversal avaliou 10 soldados da Bateria Estácio de Sá (19,1 ± 1,44 anos; 1,73 ± 8,5 m; 70,8 ± 10,9 kg). A primeira sessão de TFMO é dividida em 3 fases: corrida de 3200 m; fase neuromuscular (exercícios resistidos); e a fase da tarefa operacional (exercício com foco na especificidade de uma atividade de combate). Foram coletados lactato sanguíneo antes e após a primeira sessão do TFMO e frequência cardíaca nas fases neuromuscular e tarefa operacional. Foi aplicado o Teste de Shapiro Wilk nos dados coletados, onde foi verificado que os dados eram aderentes à normalidade. Dessa forma, foi utilizado o teste T dependente. RESULTADOS: Os valores de lactato pré e pós sessão de TFMO foram significativamente diferentes, t (9) =2,7, p=0,024, sendo que o lactato pré (2,58 ± 0,27 mmol/L) foi menor que o lactato pós (3,93 ± 1,22 mmol/L). O teste T dependente para FC média indicou que os valores de FC nas fases neuromuscular e da tarefa operacional foram significativamente diferentes, t (9) =11,19, p<0,001, sendo que a FC na fase neuromuscular foi menor que a FC da fase da tarefa operacional. CONCLUSÃO: a sessão de TFMO abrange características aeróbicas e anaeróbicas, que são fundamentais para o combate. A fase da tarefa operacional é mais intensa que a fase neuromuscular, apesar de ser mais curta. O desgaste da sessão foi significante, indicando que um conjunto de sessões pode gerar adaptações positivas no condicionamento físico.________________________________________________________________________INTRODUCTION: Operational Military Physical Training (TFMO) sessions consist of exercises designed to develop the physical capabilities necessary for the Operational Physical Test (TFO), a test that evaluates the operational readiness of Brazilian Army Readiness Force troops. It is based on specific exercises that use energy systems and body movements similar to those found in real combat. This study aims to physiologically characterize the first TFMO session based on the collection of heart rate (HR) and blood lactate. METHODS: this cross-sectional quantitative study evaluated 10 soldiers from the Estácio de Sá Battery (19.1 ± 1.44 years; 1.73 ± 8.5 m; 70.8 ± 10.9 kg). The first TFMO session is divided into 3 phases: 3200 m run; neuromuscular phase (resistance exercises); and the operational task phase (exercise focusing on the specificity of a combat activity). Blood lactate was collected before and after the first TFMO session and heart rate in the neuromuscular and operational task phases. The Shapiro-Wilk Test was applied to the collected data, where it was verified that the data adhered to normality. Therefore, the dependent T test was used. RESULTS: The lactate values before and after the TFMO session were significantly different, t (9) =2.7, p=0.024, with the pre lactate (2.58 ± 0.27 mmol/L) being lower than the post lactate (3.93 ± 1.22 mmol/L). The dependent T test for mean HR indicated that the HR values in the neuromuscular and operational task phases were significantly different, t (9) =11.19, p<0.001, with the HR in the neuromuscular phase being lower than the HR in the phase of the operational task. CONCLUSION: the TFMO session covers aerobic and anaerobic characteristics, which are fundamental for combat. The operational task phase is more intense than the neuromuscular phase, despite being shorter. Session wear was significant, indicating that a set of sessions can generate positive adaptations in physical conditioning.