Uniforme inteligente : análise do novo uniforme do Exército Brasileiro na temperatura da pele usando a termografia infravermelha – estudo preliminar

Abstract

INTRODUÇÃO: Dentro dos itens estabelecidos pelo Projeto Combatente Brasileiro (COBRA) para modernização do Exército Brasileiro está a atualização do Uniforme de Combate. Como forma de compreender as melhorias na adaptação fisiológica deste novo uniforme, este estudo tem como objetivo analisar as respostas termodinâmicas entre a pele do militar e o novo fardamento utilizando termografia infravermelha. MÉTODOS: Foi utilizada uma pesquisa do tipo quase experimental. Participaram do estudo 08 militares, aparentemente saudáveis, do sexo masculino, do Exército Brasileiro na faixa etária de 24 a 34 anos. Os dados foram coletados em dois ciclos de três momento: inicialmente foi realizado a aferição de temperatura da pele em ambiente controlado (termo neutro) após aclimatação da amostra por 15 minutos, após isso foi aplicado o teste ergométrico utilizando o protocolo de Rampa, para realizar um estresse térmico provocando o aumento da temperatura central e periférica e por último foi realizada nova análise de temperatura. Para a coleta de dados foram utilizados o novo uniforme camuflado de combate, projeto COBRA, e o uniforme de treinamento físico militar (14°). Foi utilizado o teste de Shapiro wilk para análise da normalidade dos dados. Na estatística inferencial foi utilizado Wilcoxon e U de Mann Whitney para comparação entre os dados (p<0,05). O software JASP® versão 0.17.1.0 foi utilizado para o tratamento dos dados. RESULTADOS: A diferença estaticamente significante na correlação de uniformes foi observada em apenas 3 regiões de interesse, sendo elas: Cotovelo esquerdo (p=0,021), Antebraço frontal externo esquerdo (p=0,021), antebraço posterior interno esquerdo (p=0,005). Todas as ROIs apresentaram rank bisserial negativo, estimando que o aumento de temperatura em um fardamento é inversamente proporcional a da outra vestimenta. Para as demais regiões analisadas, o novo uniforme de combate não apresentou diferença significativa quando comparado ao uniforme de treinamento físico militar. CONCLUSÃO: O novo uniforme de combate camuflado, projeto COBRA, apresenta eficiência no auxílio da termorregulação do indivíduo. Não foram observadas alterações significativas no aumento ou decréscimo da temperatura da pele.____________________________________INTRODUCTION: Among the items established by the Brazilian Combatant Project (COBRA) for the modernization of the Brazilian Army is the update of the Combat Uniform. To understand the improvements in physiological adaptation of this new uniform, this study aims to analyze the thermodynamic responses between the soldier's skin and the new attire using infrared thermography. METHODS: A quasi-experimental research type was used. Eight apparently healthy male soldiers of the Brazilian Army, aged between 24 and 34 years, participated in the study. Data were collected in two cycles of three stages: initially, skin temperature measurement was carried out in a controlled (thermoneutral) environment after a 15-minute acclimatization of the sample, followed by an ergometric test using the Ramp protocol to induce thermal stress by increasing central and peripheral temperature, and finally, a new temperature analysis was performed. For data collection, the new combat camouflage uniform, COBRA project, and the military physical training uniform (14th) were used. The Shapiro-Wilk test was used for the analysis of data normality. In inferential statistics, the WILCOXON and MANN WHITNEY U tests were used for data comparison (p<0.05). The JASP® software version 0.17.1.0 was used for data processing. RESULTS: A statistically significant difference in the correlation of uniforms was observed in only 3 areas of interest, namely: Left Elbow (p=0.021), Left Frontal Outer Forearm (p=0.021), and Left Internal Posterior Forearm (p=0.005). All ROIs showed a negative biserial rank, estimating that the temperature increase in one attire is inversely proportional to the other. For the other regions analyzed, the new combat uniform did not show a significant difference when compared to the military physical training uniform. CONCLUSION: The new camouflaged combat uniform, COBRA project, shows efficiency in assisting the individual's thermoregulation. No significant changes were observed in the increase or decrease in skin temperature.