Incidência de lesões musculoesqueléticas em militares recrutas no Exército Brasileiro

Abstract

INTRODUÇÃO: As lesões musculoesqueléticas (LME) representam uma ameaça significativa para a saúde e aptidão de militares, prejudicando a capacidade de combate das Forças Armada pelo mundo. OBJETIVO: Descrever a incidência, gravidade, mecanismo, atividade e região do corpo de lesões em militares recrutas do Exército Brasileiro (EB), durante os 6 meses iniciais do serviço militar obrigatório. MÉTODOS: Coorte prospectiva onde foram acompanhadas as LME autorrelatadas, sofridas por 33 militares nos 6 meses iniciais. A região do corpo foi dividida em membros inferiores, superiores e coluna. A incidência foi calculada como o percentual de militares com LME. A gravidade foi definida pelo número de dias que os militares não puderam realizar suas atividades habituais sem restrições. O mecanismo foi identificado como sendo agudo ou por sobrecarga. A atividade em que ocorreu a lesão foi dividida em treinamento físico militar, instrução militar ou fora do ambiente militar. RESULTADOS: Durante o período de acompanhamento foram relatados 33 militares lesionados. A maioria delas, ocorreram durante o TFM (n= 22, 66,7%), de gravidade leve com recuperação entre 1 e 7 dias (n=19, 57,6%). A incidência de LME foi de 24,2%. Mais da metade dessas lesões foram causadas por sobrecarga de atividade (n= 18, 54,5%). Os membros inferiores foram as regiões mais acometidas (n= 27, 81%), sendo o joelho com a maior proporção delas. CONCLUSÃO: Este estudo fornece informações essenciais sobre a etiologia e gravidade de LME em recrutas do EB, podendo estabelecer uma base para futuros estudos de prevenção de lesões._________________________________INTRODUCTION: Musculoskeletal injuries (MSIs) represent a significant threat to the health and fitness of military personnel, impairing the combat capacity of Armed Forces around the world. OBJECTIVE: To describe the incidence, severity, mechanism, activity, and body region of injuries in Brazilian Army (BA) recruit soldiers during the initial 6 months of mandatory military service. METHODS: A prospective cohort study was conducted to monitor self-reported MSIs in 33 soldiers over the first 6 months. The body region was divided into lower limbs, upper limbs, and spine. Incidence was calculated as the percentage of soldiers with SCI. Severity was defined by the number of days that soldiers could not perform their usual activities without restrictions. The mechanism was identified as acute or overload. The activity in which the injury occurred was divided into military physical training, military instruction, or outside the military environment. RESULTS: During the follow-up period, 33 new injuries were reported. The majority of them occurred during Military Physical Training (n=22, 66.7%), with mild severity and recovery between 1 and 7 days (n=19, 57.6%). The incidence of MSIs was 24.2%. More than half of these injuries were caused by activity overload (n= 18, 54.5%). The lower limbs were the most affected regions (n= 27, 81%), with the knee being the most frequently affected joint. CONCLUSION: This study provides essential information about the etiology and severity of MSIs in BA recruits, laying the groundwork for future injury prevention studies.