Análise de habilidades técnicas e percepção subjetiva do esforço evidenciadas nos jogos reduzidos de futebol com e sem intervalo de recuperação

Abstract

INTRODUÇÃO: A existência de intervalo de recuperação nas sessões de jogos reduzidos (JRs) no futebol é fator de grande relevância quando se busca otimizar o curto tempo de preparação das equipes profissionais. A pesquisa se concentra em analisar as habilidades técnicas, como número total de passes, finalizações, mudanças de direção, interceptações, confrontos individuais e dribles, juntamente com a Percepção Subjetiva de Esforço (PSE), em treinamentos de JRs 8 x 8 + goleiros. O objetivo é verificar se a presença ou ausência de intervalo de recuperação influencia significativamente essas habilidades, proporcionando à comissão técnica informações valiosas para aprimorar a eficácia do treinamento. MÉTODOS: Foi um estudo quase-experimental, do tipo aplicado, com pesquisa de campo, análise quantitativa, e corte transversal. Neste estudo, 16 atletas da equipe de Futebol do Exército foram avaliados durante o Campeonato Carioca de Futebol B1 de agosto a novembro de 2023. Os atletas passaram por avaliações antropométricas, teste de aptidão cardiorrespiratória e participaram de dois treinos distintos de JRs 8 x 8 + goleiros, um com intervalo e outro sem, onde treinos foram filmados e os dados coletados foram analisados estatisticamente por meio dos testes de Shapiro Wilk e Wilcoxon. RESULTADOS: Os resultados indicaram ausência de diferenças estatisticamente significativas nas variáveis confrontos individuais (p = 0,166), dribles (p = 0,124) e PSE (p = 0,400) . Isso sugere que, em contextos de JRs, essas habilidades técnicas não foram afetadas pela presença ou ausência de intervalo de recuperação, permitindo aos treinadores escolher o treino mais adequado às suas metas específicas. Em contrapartida, o número total de passes, finalizações, mudanças de direção e interceptações apresentou diferenças estatisticamente significativas (p < 0,05), sugerindo que o intervalo de recuperação pode impactar essas habilidades técnicas específicas. CONCLUSÃO: O intervalo de recuperação se mostrou fator determinante na escolha da metodologia de treino de JRs, caso o treinador opte por desenvolver mais confrontos individuais, dribles e PSE, pode optar pelo treinamento com uma menor duração, caso busque desenvolver passes, finalizações, mudanças de direção e interceptações, deve optar para cada uma das habilidades, um treinamento específico.______________________________________________________INTRODUCTION: The existence of a recovery interval in small-sided games (SSGs) sessions on soccer is a very relevant factor when aiming to optimize the short preparation time on the professional teams. The research concentrates in analyze the technical skills, such as number of passes, shots, turns, interceptions, tackles and dribbling, along with the Rating of Perceived Exertion (RPE), in SSGs 8 x 8 + goalkeepers training sessions. The objective is to assess whether the presence or absence of a recovery interval significantly influences these skills, providing valuable information to the coaching staff to enhance the effectiveness of the training. METHODS: It was a quasi-experimental, applied study with field research, quantitative analysis, and a cross-sectional design. In this study, 16 athletes from the Army Soccer Team were assessed during the B1 Rio de Janeiro Football Championship from August to November 2023. The athletes underwent anthropometric evaluations, a cardiorespiratory fitness test, and participated in two distinct SSGs 8 x 8 + goalkeepers training sessions, one with a recovery interval and another without, where the sessions were recorded, and the collected data were analyzed statistically. RESULTS: The findings indicated a lack of statistically significant differences in the variables of individual confrontations, (p = 0,166), dribbling (p = 0,124) and RPE (p = 0,400). This suggests that, in the context of SSGs, these technical skills were not significantly affected by the presence or absence of a recovery interval, allowing coaches to choose the training that best aligns with their specific goals. In contrast, the total number of passes, shots, changes of direction, and interceptions showed statistically significant differences (p < 0,05), implying that the recovery interval may impact these specific technical skills. CONCLUSION: The recovery interval proved to be a determining factor in the choice of SSGs training methodology. If the coach chooses to focus on developing more individual confrontations, dribbling, and high-intensity efforts, they may opt for shorter-duration training. However, if the goal is to enhance passing, shooting, changes of direction, and interceptions, the coach should opt for specific training for each of these skills.