Avaliação cinética da marcha utilizando um protótipo de coturno com inserção de fibra de carbono

Abstract

INTRODUÇÃO: A evolução dos calçados de corrida teve uma crescente exponencial nos últimos anos. Grande parcela dessa evolução se deve à inserção da placa de carbono na entressola dos tênis. Entretanto, não existiam estudos desse implemento em calçados militares. Este estudo tem como objetivo avaliar os torques do membro inferior no plano sagital durante a marcha com transporte de 20% do peso corporal, utilizando o protótipo de coturno de poliuretano sem placa de carbono (PUSP) e com placa de carbono (PUCP). MÉTODOS: Neste estudo, participaram 21 militares do Exército Brasileiro com idade de 27,4 (± 5,3) anos, altura de 177,5 (± 4,8) cm, peso de 78,3 (± 10,2) kg e tempo de serviço de 8,3 (± 4,7) anos. Os participantes foram solicitados a caminhar em uma pista de marcha de 10m de comprimento em cima das plataformas de força, com velocidade controlada de 5±0,25 km/h, utilizando cada um dos modelos de coturno. O protocolo de marcha foi realizado com o participante vestindo sunga, coturno, capacete e uma mochila, que ao todo continha uma carga de 20% do peso corporal. A ordem de utilização dos coturnos do teste foi aleatória para cada sujeito. As variáveis foram comparadas entre os coturnos através do teste de Wilcoxon. RESULTADOS: O torque extensor do quadril (PUSP: -1.313 [-1.46 - (-1.20)] Nm/kg; PUCP: -1.310 [-1.41 - (-1.19)] Nm/kg; p = 0.042; r = 0.444) foi menor para o PUCP comparado ao PUSP. CONCLUSÃO: Esses resultados são promissores, pois a adição da placa de carbono no coturno militar, reduziu o torque extensor do quadril durante a marcha com transporte de 20% do peso corporal. Essa redução pode representar uma maior economia de movimento, facilitando a propulsão e consequentemente melhor desempenho durante a marcha.__________________________________________INTRODUCTION: The evolution of running shoes has grown exponentially in recent years. A large part of this evolution is due to the insertion of the carbon plate in the midsole of the sneakers. However, there were no studies of this implement in military footwear. METHODS: This study aims to evaluate the torques of the lower limb in the sagittal plane during gait with transport of 20% of body weight, using the prototype of polyurethane combat boots without carbon plate (PUSP) and with carbon plate (PUCP). In this study, 21 Brazilian Army soldiers participated, aged 27.4 (± 5.3) years, height 177.5 (± 4.8) cm, weight 78.3 (± 10.2) kg and length of service of 8.3 (± 4.7) years. Participants were asked to walk on a 10m long walking track on top of the force platforms, with a controlled speed of 5±0.25 km/h, using each of the combat boots. The walking protocol was carried out with the participant wearing swimming trunks, combat boots, helmet and a backpack, which in total contained a load of 20% of body weight. The order in which the test boots were used was random for each subject. The variables were compared between boots using the Wilcoxon test. RESULTS: Hip extensor torque (PUSP: -1.313 [-1.46 - (-1.20)] Nm/kg; PUCP: -1.310 [-1.41 - (-1.19)] Nm/kg; p = 0.042; r = 0.444) was lower for PUCP compared to PUSP. CONCLUSION: These results are promising, as the addition of the carbon plate to the military boots reduced hip extensor torque during walking while carrying 20% of body weight. This reduction can represent a greater economy of movement, facilitating propulsion and consequently better performance during walking.