Correlação entre frequência e ambiente do treinamento de natação com o resultado na Travessia Flamengo Urca 2022

Abstract

INTRODUÇÃO: Este estudo investiga a preparação prévia de nadadores, quanto a frequência e o local de treinamento, para a realização da Travessia Flamengo Urca, uma desafiadora prova de natação em águas abertas com distância de 2500m, presente como atividade obrigatória do Curso de Instrutores da Escola de Educação Física do Exército. MÉTODOS: A amostra da pesquisa abrangeu um total de 99 nadadores que participaram da edição realizada em 2022 e que preencheram o questionário online disponibilizado na inscrição da prova e que concluíram a travessia dentro do tempo de 150 minutos. RESULTADOS: O teste Anova one way indicou haver diferenças estatisticamente significante entre a frequência semanal de treinamento F(3,0; 95,0) = 9,115 p < 0,001, ω² = 0,197 (efeito grande, com 19,7% da variação em função da quantidade de vezes de treinamento durante a semana) e entre os locais de treinamento F(3,0; 95,0) = 7,331, p < 0,001, ω² = 0,161 (efeito grande, com 16,1% da variação em função do local de treinamento). O teste post hoc de Bonferroni evidenciou essa diferença entre quem realizou 1 treino na semana e quem realizou 5 (p < 0,001; d = 1,399: efeito grande), mostrando que o volume mais alto na semana (Md = 64,4; Dp = 12,8) é mais eficiente em relação ao mais baixo (Md = 47,0; Dp = 13,1) e entre quem realizou os treinos “na maioria ou totalmente em piscina” e quem realizou “na maioria ou totalmente no mar” (p < 0,001; d = -1,081: efeito grande), sendo o primeiro ambiente mais eficaz (Md = 51,31; Dp = 10,2) em relação ao segundo (Md = 65,0; Dp = 14,0). CONCLUSÃO: Os treinos realizados em piscinas são mais vantajosos em relação aos que no mar, decorrente da qualidade superior neste ambiente, bem como associado ao volume alto de sessões semanais, levando ao melhor desempenho do atleta na Travessia Flamengo Urca.___________________________________________________________________________________ INTRODUCTION: This study investigates the preparation of swimmers regarding the frequency and location of training for the Flamengo Urca Crossing, a challenging open-water swimming event covering a distance of 2500 meters. This activity is mandatory within the Instructor Course at the Army Physical Education School. Methods: The research sample encompassed 99 swimmers who participated in the 2022 edition. They filled out the online questionnaire available during the event's registration and completed the crossing within the time limit of 150 minutes. Results: The one-way Anova test indicated statistically significant differences between weekly training frequency F(3.0; 95.0) = 9.115, p < 0.001, ω² = 0.197 (large effect, accounting for 19.7% of the variation due to the number of weekly training sessions) and between training locations F(3.0; 95.0) = 7.331, p < 0.001, ω² = 0.161 (large effect, accounting for 16.1% of the variation due to training location). The Bonferroni post hoc test highlighted the difference between those who completed 1 session per week and those who completed 5 (p < 0.001; d = 1.399: large effect), demonstrating that a higher volume of training sessions per week (M = 64.4; SD = 12.8) is more effective compared to a lower volume (M = 47.0; SD = 13.1). In addition, there was a significant difference between individuals who trained "mostly or entirely in the pool" and those who trained "mostly or entirely in the sea" (p < 0.001; d = -1.081: large effect), with the former environment being more effective (M = 51.31; SD = 10.2) compared to the latter (M = 65.0; SD = 14.0). Conclusion: Training in pools is more advantageous than training in the sea due to the superior quality in this environment, coupled with a higher volume of weekly sessions, resulting in better athlete performance in the Flamengo Urca Crossing.