Incidência de lesões musculoesqueléticas nos membros inferiores e comparação das capacidades físicas e lesões prévias em militares estudantes de Educação Física

Abstract

INTRODUÇÃO: A prática de atividade física está diretamente relacionada com a promoção de saúde, porém com o risco de lesões musculoesqueléticas, sendo que fatores intrínsecos, como lesão prévia e redução da força muscular, podem aumentar as chances de lesão. OBJETIVO: O objetivo do estudo foi avaliar a incidência de lesões musculoesqueléticas nos membros inferiores de militares do Curso de Instrutor de Educação Física do Exército e comparar as capacidades físicas e as lesões prévias entre os alunos que apresentaram lesões ao longo do curso, com estudantes que não apresentaram. MÉTODOS: O estudo é do tipo coorte com 55 militares. As capacidades físicas foram coletadas no primeiro mês de curso. Um questionário foi aplicado antes do início do curso e a cada bimestre para avaliar a incidência de lesões. Ao final, os participantes foram divididos no grupo com lesão durante o curso (GCL) e os que não se lesionaram (GSL). As comparações das capacidades físicas entre os grupos foram realizadas com os testes t para amostras independentes e U de Mann-Whitney. A comparação da frequência de lesão prévia entre os grupos foi realizada com o teste qui-quadrado. RESULTADOS: O GCL apresentou menor força muscular relativa (GSL=1,62±0,25; GCL=1,48±0,21; p=0,036; d=0,61). Além disso, o GCL apresentou maior estatura (GSL = 175±6 cm; GCL=180±6 cm; p=0,006; d=0,805). A comparação da frequência de lesão prévia entre os grupos nos dois anos antes de iniciar o curso não demonstrou diferença estatística. CONCLUSÃO: 65% da amostra se lesionou ao longo do curso. O joelho foi a articulação lesionada, com maioria das lesões com grau leve, ocorrendo principalmente no primeiro bimestre. Militares que se lesionaram apresentam menor força muscular relativa comparado àqueles que não se lesionaram, apontando para uma necessidade de treinamento de força para possível prevenção de lesões.__________________________________________________________________________________INTRODUCTION: The practice of physical activity is directly related to health promotion, but with the risk of musculoskeletal injuries, and intrinsic factors, such as previous injury and reduced muscle strength can increase the chances of injury. OBJECTIVE: The purpose of the study was to evaluate the incidence of musculoskeletal injuries in the lower limbs of military personnel from the Army Physical Education Instructor Course and comparing physical capabilities and previous injuries findings among students who had injuries throughout the course, with students who did not. METHODS: The study is a cohort study with 55 military personnel. The physical capabilities were collected in the first month of the course. A questionnaire was applied before the beginning of the course and every two months to assess the incidence of injuries. At the end, the participants were divided in the group with injury during the course (GCL) and those who were not injured (GSL). The comparisons of physical capacities between the groups were performed with the t tests for samples independent and Mann-Whitney U. The comparison of the frequency of previous injury between the groups was performed with the chi-square test. RESULTS: The GCL showed lower relative strength muscle (GSL=1.62±0.25; GCL=1.48±0.21; p=0.036; d=0.61). The GCL presented greater stature (GSL = 175±6 cm; GCL=180±6 cm; p=0.006; d=0.805). The comparison of the frequency of previous injury between the groups in the two years before starting the course showed no statistical difference. CONCLUSION: 65% of the sample were injured during the course. The knee was the injured joint, with most injuries being mild, occurring especially in the first quarter. Soldiers who were injured have less relative muscle strength compared to those who were not injured, pointing to a need for strength training for possible injury prevention.