Efeitos de uma marcha militar simulada de 12km com transporte de carga no impacto nos membros inferiores: um estudo preliminar

Abstract

A marcha com transporte de carga é utilizada em diversas atividades militares, porém os seus efeitos por longas distâncias sobre a força de reação do solo (FRS) são pouco conhecidos. OBJETIVO: avaliar a FRS antes e após uma marcha militar simulada de 12 km com transporte de carga. MÉTODOS: Dezesseis militares do Exército Brasileiro do sexo masculino (28,4 ± 2,8 anos; 1,79 ± 0,07 m; 82,4 ± 8,9 kg) participaram do estudo. A FRS durante a marcha foi coletada por cinco tentativas antes e após a marcha simulada em duas plataformas de força (Bertec, EUA) embutidas em uma pista de madeira a uma velocidade de 5,0 ± 0,5 km/h controlada por duas fotocélulas (Alge, Espanha). A marcha simulada foi realizada em uma esteira (Righetto - 3500e, Brasil) com velocidade de 5,0 km/h transportando uma mochila de 24 kg, capacete e um simulacro de fuzil, totalizando 30 kg por 12 km sem intervalo de repouso. Os resultados PRÉ e PÓS foram normalizados pelo peso corporal (PC) e comparados com teste t pareado e Wilcoxon. RESULTADOS: A força médio-lateral de pronação foi maior (PRÉ: 0,061 ± 0,017; PÓS: 0,067 ± 0,017 %PC/s; p=0,01) e a taxa de retirada (PRÉ: -14,07± 1,81; PÓS: -13,41 ± 1,63 %PC/s; p=0,03) e o segundo pico de força (PRÉ: 1,18 ± 0,05; PÓS: 1,14 ± 0,05 %PC; p=0,0007) foram menores após a marcha. CONCLUSÃO: Após a marcha simulada houve redução na capacidade de propulsão, que pode acarretar perturbações musculoesqueléticas. __________________________________________________________________________ Load carriage is used in several military activities, but long distance effects on the ground reaction force (GRF) are poorly understood. PURPOSE: to evaluate the GRF before and after a simulated 12 km military march with load carriage. METHODS: Sixteen male Brazilian Army soldiers (28.4 ± 2.8 years; 1.79 ± 0.07 m; 82.4 ± 8.9 kg) participated in this preliminary study. The GRF during gait was collected for five trials before and after 12 km simulated military march on two force platforms (Bertec, USA) embedded in a wooden track at a speed of 5.0 ± 0.5 km/h controlled by two photocells (Alge, Spain). The simulated military march was performed on a treadmill (Righetto - 3500e, Brazil) with a speed of 5.0 km/h carrying a 24 kg backpack, helmet and a rifle simulacrum, totaling 30 kg for 12 km with no rest interval. PRE and POST results were normalized by body weight (BW) and compared with paired t-test and Wilcoxon. RESULTS: The mean medial-lateral pronation force increased (PRE: 0.061 ± 0.017; POST: 0.067 ± 0.017 %BW/s; p=0.01) and the push-off rate (PRE: -14.07± 1.81; POST: -13.41 ± 1.63 %BW/s; p=0.03) and the second peak force (PRE: 1.18 ± 0.05; POST: 1.14 ± 0.05 %BW; p= 0.0007) reduced after simulate military march. CONCLUSION: The propulsion ability reduced after the simulated military march, which can lead to musculoskeletal disorders.