Sílica biogênica de esponjas dulcícolas da amazônia na síntese de compósitos hidroxiapatita

Abstract

A hidroxiapatita, devido a sua similaridade com a composição mineral óssea, é considerada uma válvula de escape para a demanda de tecido ósseo para aplicação em enxertos e recobrimentos de próteses metálicas, sendo seu estudo de grande interesse para o uso como biomaterial. As apatitas substituídas vêm sendo pesquisadas com o intuito de otimizar os parâmetros de síntese, as propriedades fisico-químicas e o impacto que essas alterações possam vim a ter na sua utilização. Nesse trabalho produziu-se pastilhas de hidroxiapatita parcialmente substituída por silício com diferentes porcentagens, proveniente de esponja de água doce, retiradas do rio Negro – Amazonas. Essas esponjas, quando calcinadas, são compostas basicamente por dióxido de silício apresentando uma tendência a substituírem os grupos (PO4) 3- na hidroxiapatita. Os resultados de DRX e FTIR para as amostras de 2% e 4% de esponja de água doce adicionada à hidroxiapatita apresentaram apenas uma única fase, as amostras de 8%, 15% e 25% apresentaram fase correspondente ao quartzo e decomposição da HA em β-TCP e whitlockita. O EDS comprovou a presença de silício em todas as amostras e o XPS apresentou bandas correspondentes ao silício nas amostras de 8%, 15% e 25% de esponja adicionada a HA. Este resultado corrobora o já esperado pela literatura, em que os grupos silicatos tendem a substituir os fosfatos. Além disso, a analise morfológica apresentou uma nova fase presente, preferencialmente, nos contornos de grãos, após a adição do silício, proveniente da esponja de água doce.