Formação e reversão da martensita induzida por deformação nos aços inoxidáveis austeníticos 304L e 201LN

Abstract

Alguns aços inoxidáveis austeníticos são metaestáveis a temperatura ambiente em função de sua composição química de modo que a transformação martensítica possa ser induzida por deformação. Tal transformação implica em uma melhora da resposta plástica do material, o chamado efeito TRIP (transformação induzida por plasticidade). Propriedades mecânicas superiores podem ser alcançadas quando a martensita induzida por deformação é submetida a tratamento térmico adequado para sua reversão em austenita. Este tratamento termomecânico propicia a obtenção de uma estrutura ultrafina, contribuindo para uma excelente combinação de resistência mecânica e ductilidade. Com o objetivo de avaliar esta alternativa de obtenção de grãos refinados realizou-se um estudo comparativo da formação da martensita induzida por deformação e sua reversão em dois aços inoxidáveis austeníticos comerciais de graus 304L e 201LN. A martensita induzida por deformação foi formada durante a laminação a frio a temperatura ambiente em doze percentuais de redução de espessura com intervalos de 10%, onde selecionou-se as três reduções superiores para serem submetidas a reversão por meio de recozimentos em duas condições: 800°C e 750°C, ambas por 1 min. A evolução microestrutural e mecânica foi avaliada ao longo das etapas de processamento pelas técnicas de ferritoscopia, DRX (Difração de Raio-X), MEV (Microscopia Eletrônica de Varredura), macrodureza e ultramicrodureza instrumentada. Como observado, a fração de martensita formada incrementou em função da deformação imposta, porém em quantidades superiores no aço 304L. A formação de martensita resultou em um acréscimo considerável na dureza de ambos os materiais. Austenita revertida foi evidenciada em micrografias de MEV entre as ripas de martensita induzida por deformação. Tempos superiores são necessários para a completa reversão da estrutura fortemente deformada.