Gestão administrativa nas organizações militares operativas : como desonerar o pessoal militar dos processos administrativos

Abstract

A inserção do princípio da eficiência na Constituição Federal fez surgir o modelo de gestão gerencial na Administração Pública. Para o Exército Brasileiro, isto representou o aumento da autonomia administrativa das suas organizações militares (OM). As OM operativas, em especial as de infantaria, cavalaria, artilharia e engenharia, tiveram suas atribuições administrativas aumentadas. A capacidade de trabalho destas OM passou a ser utilizada no preparo e emprego de tropa e na gestão administrativa. O objetivo geral deste trabalho é apresentar uma forma de racionalizar a execução dos processos administrativos nessas OM. A metodologia adotada na pesquisa constituiu-se por abordagem quantitativa com caráter transversal, exploratória e descritiva e pela revisão da literatura. O instrumento utilizado para coleta de informações foi um questionário construído na plataforma Google Forms. Respeitando o nível de confiança de 90% e o erro amostral de 8%, a amostra foi composta por 89 capitães alunos do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais – 2º ano, da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO), em 2020. Foi possível analisar que 46,1% do pessoal militar das OM operativas citadas destinam, no máximo, duas horas diárias para as atividades de preparo e emprego de tropa, e cerca de 40% utilizam, no mínimo, cinco horas diárias na gestão administrativa sob sua responsabilidade. Como resultado principal, destacou-se necessário desonerar o pessoal militar das OM operativas de determinados processos administrativos. A partir deste panorama, ressaltou-se a necessidade da realização de mais pesquisas sobre esta temática, a fim de buscar e aprimorar maneiras cada vez mais adequadas para se realizar a racionalização administrativa nas OM operativas.