Bicentenário da independência do Brasil : o emprego do exército pacificador no processo de independência do Brasil na Bahia

Abstract

O emprego do Exército Pacificador no processo de independência do Brasil na Bahia foi intenso, com a presença da população pobre, incluindo índios, escravos, pequenos comerciantes, militares, milicianos e pequenos proprietários de terra sem expressão política na sociedade, enxergaram no alistamento ao exército uma forma de mostrar seus descontentamentos com o governo ditatorial de Madeira de Melo que dominava a província e de lutarem por suas aspirações. Fugiram da capital baiana e se refugiaram no Recôncavo baiano, onde começaram a se organizar e se preparar para a guerra contra as tropas portuguesas que dominavam Salvador, sob influência dos senhores de engenho e de escravos que controlavam as vilas do interior. Encontraram dificuldades devido à ausência de uma unidade de comando nas vilas e falta de coesão entre os integrantes do exército que se formava, pois cada um possuía aspirações diferentes, o que originou em diversas rebeliões internas durante todo o processo de independência. A logística também foi um grande problema durante a guerra pois os soldados não tinham equipamentos, armamentos e munições suficientes para o combate, além das péssimas condições de alimentação e saúde que viviam, faltavam médicos, enfermeiros e hospitais e os soldos quase sempre atrasados. A chegada de um general francês melhorou as condições e a organização do exército, porém causou ciúmes na sociedade baiana por ser um estrangeiro comandando um processo de libertação regional. O sucesso obtido nos campos de batalha está diretamente ligado ao imenso sentimento de patriotismo e nacionalismo demonstrados pelos baianos.