O mundo globalizado da Indústria 4.0 e as guerras tecnológicas : as potencialidades e os desafios da Artilharia de Campanha do Brasil

Abstract

As guerras do século XXI, cada vez mais, apresentam-se permeadas pelas novas tecnologias, que são os resultados e as implicações das quatro Revoluções Industriais pelas quais o mundo passou. Mais atualmente, com a aceleração da globalização e seus diversos desdobramentos, estamos inseridos na Quarta Revolução Industrial, ou Indústria 4.0, em um ambiente propício para a pesquisa e o desenvolvimento de novos sistemas de armas mais potentes. O Brasil, enquanto potência regional e global, tem um papel preponderante neste cenário que se descortina, na medida em que sua projeção mundial necessita de suporte militar à altura de sua força econômica e geopolítica. Neste sentido, há que se pensar no desenvolvimento do sistema de armas do Brasil e, mais especificamente, a Artilharia de Campanha, face às guerras tecnológicas dentro do ambiente de conectividade da Indústria 4.0, objeto de estudo deste trabalho. As potencialidades e os desafios, que nossa Artilharia de Campanha já enfrenta, podem ser visualizados por meio dos planejamentos e das ações que se fazem presente no alto escalão, bem como por meio da execução de projetos nos diversos Corpos de Tropa. Projetar o futuro significa ter um planejamento factível, gradual, flexível e prioritário no presente, tendo-se por base as lições aprendidas do passado, por nós mesmos, ou por outros atores, a fim de se integrar, ao máximo possível, à atual realidade tecnológica do combate às reais pretensões e condições de uma nação vocacionada ao sucesso e à liderança globais. A Artilharia de Campanha do Brasil se insere, portanto, em um contexto de guerras tecnológicas da Indústria 4.0, altamente relacionadas à volatilidade de um mundo em rápidas transformações, às incertezas que se intensificam entre os povos e países, à complexidade do sistema-mundo que tenta se reinventar, aumentando, assim, os desafios e a ambiguidade de situações que se entrelaçam e precisam ser resolvidas de maneira pacífica, a fim de se estabelecer a cooperação e a paz internacionais. _____________________________________________________________________________________________ ABSTRACT The wars of the 21st century, increasingly, are permeated by new technologies, which are the results and implications of the four Industrial Revolutions that the world has gone through. More today, with the acceleration of globalization and its various developments, we are inserted in the Fourth Industrial Revolution, or Industry 4.0, in an environment conducive to the research and development of new, more powerful weapons systems. Brazil, as a regional and global power, has a preponderant role in this unfolding scenario, insofar as its worldwide projection needs military support equal to its economic and geopolitical strength. In this sense, it is necessary to think about the development of the weapons system in Brazil and, more specifically, the Field Artillery, in the face of technological wars within the connectivity environment of Industry 4.0, object of study of this work. The potentials and challenges that our Field Artillery already faces, can be seen through the planning and actions that are present at the highest level, as well as through the execution of projects in the different Troop Corps. Projecting the future means having a feasible, gradual, flexible and priority planning in the present, based on the lessons learned from the past, by ourselves, or by other actors, in order to integrate, as much as possible, the current reality technological strategy to combat the real pretensions and conditions of a nation dedicated to global success and leadership. The Field Artillery of Brazil is inserted, therefore, in a context of technological wars in Industry 4.0, highly related to the volatility of a rapidly changing world, to the uncertainties that intensify between peoples and countries, to the complexity of the world-system that it tries to reinvent itself, thus increasing the challenges and the ambiguity of situations that intertwine and need to be resolved in a peaceful manner, in order to establish international cooperation and peace.