A criação dos centros de formação de recrutas e seus reflexos para o estado de prontidão da força terrestre e para o serviço militar

Abstract

O Exército Brasileiro incorpora anualmente milhares de recrutas, que são formados nos diversos quartéis do Brasil de forma descentralizada, e cumprem o período de Serviço Militar Obrigatório por um ano. Esses militares completam os quadros das Organizações Militares (OM), constituindo grande parcela do efetivo previsto. Os encargos de formação e administração da instrução são replicados de forma repetida em todos os quartéis, fazendo com que estes revezem seus esforços entre formar seus soldados inexperientes e manter o preparo e adestramento do seu Efetivo Profissional, além das obrigações atinentes a toda OM. Aliado a esse contexto, percebe-se que as Forças Armadas estão cada vez mais sendo chamadas para atuar em operações reais, como na Intervenção Federal no Estado do Rio de Janeiro e nas greves das Policias Militares, evidenciando a necessidade de prontidão permanente. O presente trabalho visou investigar se a dissociação entre formação e adestramento em quartéis de especialidades distintas pode trazer consequências positivas diante do quadro apresentado. Os resultados obtidos indicam que o estabelecimento de Centros de Formação de Recrutas pode aumentar o grau de prontidão da Força Terrestre e o nível de formação dos soldados. Essa foi também a opinião majoritária dos militares participantes dos instrumentos de pesquisa, e tanto as experiências similares realizadas nesse sentido, como outros modelos de formação de militares já adotados no Exército conduzem à conclusão apresentada de modo similar