O emprego do rádio definido por software como equipamento de medida de apoio a guerra eletrônica de baixo custo : uma proposta de estudo de viabilidade em grandes centros urbanos

Abstract

O percurso tecnológico das comunicações é marcado pelo uso das técnicas de transmissão digital em detrimento dos mecanismos de transmissão analógica. O resultado desse processo faz com que até mesmo informações que são geradas analogicamente sejam digitalizadas, comprimidas e transmitidas por meio de técnicas de modulação digital. Dentro desse contexto, o conceito de Rádio Definido por Software (RDS), emergente atualmente, e com origem no Departamento de Defesa Americano, facilmente encontrou espaço nos estudos da área de radiofrequência. Em uma definição ampla, um RDS é visto como uma classe de rádios que poderia ser reprogramada e reconfigurada inteiramente por meio de software. Não por acaso, o Exército Brasileiro (EB) tem investido progressivamente na área, por meio do Projeto RDS-Defesa, que busca dominar todo o ciclo de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de um RDS. Nesse sentido, uma das diferentes áreas das Comunicações Militares que poderiam se beneficiar com o emprego de RDS e que ainda não é contemplada pelo Projeto RDS-Defesa seria, sem dúvida, a Guerra Eletrônica (GE). Tendo em vista essa realidade, esse trabalho visou mensurar a contribuição do emprego de RDS na área de GE, além de apresentar uma proposta de medidas e recomendações que visem uma estrutura permanente de receptores de Medidas de Apoio a Guerra Eletrônica (MAGE) em um grande centro urbano. Devido ao repetitivo emprego em situações reais do 1° Batalhão de Guerra Eletrônica (1° BGE) na cidade do Rio de Janeiro durante os últimos 10 anos, essa localidade foi selecionada para a aplicação da pesquisa. Para chegar a esse objetivo, foram feitas pesquisas no sentido de entender as diferenças entre um receptor RDS e um receptor convencional, o que afirma a doutrina vigente de GE nacional e internacional e de que forma um RDS poderia ser empregado como receptor MAGE. Além disso, todo o estudo foi orientado na utilização lógica da estrutura de rede de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC) já disponibilizada por meio da EBnet na cidade do Rio de Janeiro. Essa rede seria a espinha dorsal da estrutura permanente de GE. A resposta ao problema definido é apresentada por meio de um estudo de caso baseado na legislação de elaboração de projetos do EB em vigor, a NEGAPEB. Sendo assim, ao fim dessa pesquisa, foi confeccionado um Estudo de Viabilidade para um projeto de uma estrutura de MAGE de baixo custo permanente na cidade do Rio de Janeiro. Entretanto, os resultados baseados nessa cidade poderão ser replicados para qualquer outro centro urbano do território brasileiro. Sendo, portanto, de alta relevância para as iniciativas de Transformação do Exército Brasileiro e, nesse sentido, que seus resultados alcançados sejam instrumentos indutores dessa transformação.