Estudo do emprego logístico do Exército Brasileiro na MINUSTAH e o conflito com a logística humanitária

Abstract

É notória a importância da logística durante qualquer missão das Forças Armadas. Mais importante ainda, e de maior complexidade, é a logística aplicada durante missões externas ao país, como é o caso das missões de paz em que o Brasil já participou. O foco desse trabalho é na missão de paz realizada pelas Forças Armadas brasileiras no Haiti, país da América Central, iniciada em 2004, em que se fez necessário o uso da logística da melhor forma possível. A atuação das tropas brasileiras não foi só para garantia da lei e da ordem no país foi também a necessidade de prestação de serviços humanitários, apoiando a população que se apresentava extremamente carente de recursos básicos e fundamentais para sobrevivência. A situação do país se agravou com o acontecimento de um terremoto que impactou todo o mundo e principalmente as tropas que estavam presentes. A logística se tornou muito mais difícil, pois além de cuidar do dia a dia das tropas que lá estavam empregadas, também se somou a ajuda ao povo haitiano que sofreu perdas na catástrofe, as vítimas do terremoto de grande magnitude, e acompanhado do abalo psicológico que gerou em todas as tropas que apoiavam a situação do país. A pesquisa aborda sobre a logística brasileira em tempos de paz ou seja, nas operações em território nacional; a atuação do Brasil em missões de paz; a logística aplicada pelas tropas brasileiras durante a MINUSTAH; e como tal missão pode influenciar na atualização e na melhoria da doutrina brasileira em operações de paz. Além do viés operacional, o trabalho trata sobre como é atuação da tropa com as entidades civis e como essa cooperação foi importante para melhor atender a população. Porém no trabalho também aborda as dificuldades e os problemas que estiveram presentes na parte logística durante MINUSTAH, mostrando a dificuldade entre conciliar o apoio militar com o apoio prestado por ONGs, por entidades civis, e como, por vezes, a logística era dificultada devido a essas interações entre civil e militar não ocorrerem da maneira mais vantajosa para o bom cumprimento das missões. ____________________________________________________________________________ The importance of logistics during any Armed Forces mission is well known. Even more important, and of greater complexity, is the logistics applied during missions outside the country, as is the case of peace missions in which Brazil has already participated. The focus of this work is on the peace mission carried out by the Brazilian Armed Forces in Haiti, a Central American country, started in 2004, in which it was necessary to use logistics in the best possible way. The performance of Brazilian troops was not only to guarantee law and order in the country, it was also the need to provide humanitarian services, supporting the population that was extremely lacking in basic and fundamental resources for survival. The country's situation worsened with the occurrence of an earthquake that impacted the whole world and especially the troops that were present. Logistics became much more difficult, because in addition to taking care of the daily lives of the troops who were employed there, aid was also added to the Haitian people who suffered losses in the catastrophe, the victims of the great earthquake, and accompanied by the psychological shock. that generated in all the troops that supported the situation of the country. The research deals with Brazilian logistics in times of peace, that is, in operations in the national territory; Brazil's performance in peacekeeping missions; the logistics applied by Brazilian troops during MINUSTAH; and how such a mission can influence the updating and improvement of Brazilian doctrine in peace operations. In addition to the operational bias, the work deals with how the troops work with civil entities and how this cooperation was important to better serve the population. However, in the work it also addresses the difficulties and problems that were present in the logistics part during MINUSTAH, showing the difficulty between reconciling military support with the support provided by NGOs, by civil entities, and how, sometimes, logistics was hampered due to these civil-military interactions do not take place in the most advantageous way for the proper fulfillment of the missions.