O emprego do serviço de saúde em apoio às operações de paz da ONU : possibilidades e limitações

Abstract

A Organização das Nações Unidas (ONU), composta por 192 países, foi fundada após a II Guerra Mundial para servir de instrumento de manutenção de segurança e da paz. Desde a sua criação, houve o comprometimento desses países para atuar no campo diplomático, auxiliando a mediar conflitos, e no campo assistencial, apoiando ações humanitárias em todo o mundo. As operações de paz (Op Paz)surgem através do emprego das forças militares, sob a égide de organismos internacionais, para garantir a cooperação entre os povos e defesa da paz. Numa perspectiva emergente de reunir em uma só missão o binômio diplomacia-assistência, é utilizado em apoio às Op Paz o serviço de saúde de forças militares, supervisionado e protegido pela ONU. Os serviços de saúde de forças militares, ao longo de décadas, realizam o assistencialismo humanitário sem qualquer distinção desfavorável de raça, gênero, religião ou opinião política. A sua grande missão é contribuir para o êxito das operações militares pela aplicação de conhecimentos técnicos e logísticos. Isso porque em áreas de conflitos, a população civil e militar enfrenta sérias limitações e problemas: infraestruturas precárias, recursos financeiros limitados, condições meteorológicas desfavoráveis, doenças infecciosas, infortúnios contra a saúde mental. Diante disso, cabe levantar possibilidades e limitações do emprego do Serviço de Saúde em zonas de guerra para o cumprimento da sua real missão. Trata-se de um estudo que empregou a pesquisa bibliográfica e documental como ferramenta primordial para sua construção. Foram revisados documentos e publicações das Forças Armadas e do Ministério da Defesa brasileiros, da ONU, bem como periódicos do Exército dos EUA e web sites das Nações Unidas. O serviço de saúde possui amplo espectro de ação nas Op Paz promovidas pela ONU, ao qual consegue promover e transformar o cenário sanitário operacional e populacional com humanidade e respeito à dignidade humana. O assistencialismo como prioridade missionária não está isento de riscos,limitações e problemas, cabendo realizar ações de planejamento e de gestão para a manutenção da saúde e operacionalidade do contingente militar e populacional nestes ambientes de conflitos._____________________________________________________________ABSTRACT The United Nations (UN), made up of 192 countries, was founded after World War II to serve as a security and peacekeeping instrument. Since its inception, there has been a commitment from these countries to act in the diplomatic field, helping to mediate conflicts, and in the assistance field, supporting humanitarian action around the world. Peace operations arise through the use of military forces, under the aegis of international organizations, to ensure cooperation between peoples and defense of peace. From an emerging perspective of bringing together the binomial diplomacy-assistance, the UN-supervised and protected military health service is used in support of PAOs.Military health services have for decades carried out humanitarian assistance without any unfavorable distinction of race, gender, religion or political opinion. Its main mission is to contribute to the success of military operations by applying technical and logistical knowledge. This is because in conflict areas, the civilian and military populations face serious limitations and problems: poor infrastructure, limited financial resources, unfavorable weather conditions, infectious diseases, mental health misfortunes. Given this, it is necessary to raise possibilities and limitations of the use of the Health Service in war zones to fulfill its real mission. It is a study that used the bibliographic and documentary research as a primordial tool for its construction.Documents and publications from the Brazilian Armed Forces and the Ministry of Defense, the UN, as well as US Army journals and United Nations web sites were reviewed. The health service has a broad spectrum of action in UN-sponsored peace operations, which can promote and transform the operational and population health scenario with humanity and respect for human dignity. Assistance as a missionary priority is not without risks, limitations and problems, and planning and management actions are necessary to maintain the health and operationality ofthe military and population contingent in these conflict environments.