Batalha de kursk : o ocaso da blitzkrieg e as consequências para a evolução da doutrina militar

Abstract

A 2º Guerra Mundial foi, indubitavelmente, o maior conflito militar da história. A despeito da vasta bibliografia sobre o tema, não existem análises de batalhas à luz da doutrina militar brasileira, em especial daquelas ocorridas na então União Soviética, cujas dimensões territoriais são comparáveis ao Brasil atual. A Alemanha nazista de Adolf Hitler, em 1941, então senhora da Europa, resolve invadir a União Soviética, por meio da Operação Barbarossa. Entretanto, mesmo com uma série de vitórias iniciais, o objetivo principal não é conquistado, que era a capital Moscou. Além disso, a Alemanha sofrera um grande derrota na Batalha de Stalingrado, no final de 1942, em que todo o Sexto Exército fora aniquilado. A fim de reverter esse quadro, Hitler lança a Operação Cidadela, a fim de conquistar o saliente de Kursk, naquele momento um objetivo óbvio, que deveria iniciar-se em maio de 1943. Entrementes, a ofensiva sofre sucessivos adiamentos, vindo a começar somente em 5 de julho de 1943, permitindo aos soviéticos uma adequada preparação de suas posições defensivas. Assim, após dez dias de intensos combates, principalmente de blindados, os alemães não conquistam os objetivos propugnados no plano de operações, mesmo diante das grandes perdas soviéticas. Daí em diante os alemães deixaram, irremediavelmente, de dispor da iniciativa no combate na Frente Oriental. Dessa maneira, é importante analisar os motivos do fracasso alemão em Kursk, a fim de que o comandante tático compreenda a importância da aplicação dos Princípios de Guerra para o sucesso no combate.