Ações de ajuda humanitária e controle de fronteiras : o desafio de minorar os impactos do fluxo migratório no estado de Roraima

Abstract

A Venezuela vive uma crise econômica sem precedentes, tendo sido destacada como o mais intenso agravamento do fluxo de imigrantes, em termos de país de origem, em 2017, com aumento de 345 mil deslocados. Em conseqüência, o Brasil se viu impelido a implementar medidas excepcionais para acolher os venezuelanos (UNHCR, 2018). Diante desse quadro, o Brasil tem conduzido as Operações Controle e Acolhida, com a estratégia principal de interiorizar os deslocados, afim de “oferecer maiores oportunidades de inserção sócio-econômica aos imigrantes venezuelanos e diminuir a pressão sobre os serviços públicos do estado de Roraima” (Casa Civil, 2018) a incapacidade do estado em absorvê-los. Este artigo tem o objetivo de determinar quais ações de ajuda humanitária e controle de fronteiras foram implementadas com o intuito de minorar os impactos do fluxo migratório para o Estado de Roraima. Procura-se maior elucidação à respeito dos impactos da imigração para a região de Roraima, as características das populações que têm chegado ao Brasil e quais as respostas das autoridades nacionais para esse problema, atentando-se para a necessidade de manter-se alerta para o risco de conflito entre a população anfitriã e os refugiados, caso a condução do acolhimento não seja realizada cuidadosamente. Entretanto, como conseqüências das ações no estado, com a intensificação das ações repressivas, uma agressividade por parte dos imigrantes poderia ser esperada, mas a impressão é de que existe compreensão por parte da maioria dos imigrantes abordados como contrapartida à forma respeitosa de atuação da tropa na linha de frente das operações.