A polaridade, a balança de ameaças e as capacidades militares da união europeia no Pós-Guerra Fria

Abstract

O objetivo geral do trabalho Ø entender como ocorre a cooperaªo em defesa na Uniªo Europeia no ps Guerra Fria. Parte-se do seguinte problema de pesquisa: qual Ø o impacto da polaridade e da natureza das ameaas europeias do ps Guerra Fria na estrutura e capacidades militares da Poltica de Segurana e Defesa Comum (PSDC) da Uniªo Europeia? Trabalha-se com dois argumentos complementares, um em nvel de estrutura do Sistema Internacional e outro em nvel da regiªo: i) a polaridade do Sistema Internacional e a natureza das ameaas no ps Guerra Fria incentiva as potŒncias europeias a utilizar a PSDC como instrumento complementar s capacidades nacionais para consecuªo de seus objetivos nacionais de segurana. Por isso, a PSDC se caracteriza por estrutura multinacional variada, com iniciativas sub-regionais lideradas pelos pases centrais, elementos permanentes e temporÆrios de comando e controle, instituiıes intergovernamentais e certa duplicaªo de capacidades. ii) A PSDC no ps Guerra Fria Ø uma resposta dos pases europeus pressªo americana por divisªo de custos no Sistema Internacional e ao seu distanciamento devido posiªo de balanceamento offshore para com a Europa. Nesse sentido, as capacidades e a estrutura da PSDC parecem estar desenhadas de forma complementar, nªo intencional, OTAN e visam desenvolver uma poltica de longo prazo de bom parceiro para com os EUA, buscando barganhar com essa posiªo. Para tanto, analisou-se a estrutura e as ameaas do Sistema Internacional no ps Guerra Fria; mapeou-se os principais acontecimentos de 1990 a 2016 (Brexit) da cooperaªo em defesa na Europa; detectou-se quantitativa e politicamente o engajamento dos Estados Unidos com a defesa europeia desde o ps Guerra Fria e identificou-se a estrutura e os ativos militares disponveis na PSDC. Utiliza-se como principal metodologia o rastreamento de processo. Complementarmente, desenvolveu-se anÆlise de conteœdo implcito e explcito; visita OTAN, ao Estado-Maior da Uniªo Europeia, ao Parlamento Europeu e entrevista em profundidade semiestruturada com trŒs militares europeus: i) Coronel Peter Kallert, Coordenador Executivo (EXCO) do Gabinete do Presidente do ComitŒ Militar da Uniªo Europeia, ii) Coronel Holger Koch, Chefe Adjunto da Seªo de Poltica Militar da Representaªo Permanente da Alemanha junto Uniªo Europeia e iii) por motivos de confidencialidade, o terceiro militar nªo quis ser citado. O trabalho se baseia na explicaªo do realismo neoclÆssico sobre a cooperaªo em defesa na Europa