A expertise brasileira em operações de paz e as possíveis contribuições para a MINUSCA

Abstract

Com o término da 2ª Guerra Mundial (1939-1945) e o advento da Organização das Nações Unidas (ONU) teve início o efetivo empreendimento das operações de manutenção paz (OMP), com a finalidade de pacificar regiões conflituosas e evitar a escalada para uma nova guerra de proporções globais. Ao longo do tempo, a sistemática de emprego das OMP evoluiu, fruto das transformações da conjuntura mundial, assim como das falhas identificadas em determinadas missões, que apontaram a necessária correção de rumos. O Brasil é participe dessa evolução, tendo contribuído com todas as fases que caracterizam a dinâmica da transformação das OMP. Mais especificamente no século atual, o Brasil consolidou um modelo de destaque de atuação em missões de paz, especialmente pelo seu desempenho na Missão da Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH), de 2004 a 2017, e pela liderança da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Congo (MONUSCO), entre 2013 e 2015, sendo ambas missões consideradas bem sucedidas pela ONU. Assim, um mês após o encerramento da MINUSTAH, em novembro de 2017, o Brasil foi convidado para integrar a Missão das Nações Unidas para Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA), estabelecida em 2014, que tem como principal objetivo proteger civis e reestabelecer a paz na República Centro Africana (RCA), país afetado por um complexo conflito interno desde 2013. Nesse sentido, este estudo buscou analisar as possíveis contribuições que o Brasil poderia fornecer à MINUSCA e a pacificação da RCA, considerando o efetivo emprego de um componente militar brasileiro naquela missão, utilizando como embasamento para tal a expertise desenvolvida pelas Forças Armadas Brasileiras em OMP durante sua história.