A mobilidade humana forçada na África e seus reflexos para o Brasil

Abstract

A República Federativa do Brasil e o continente africano apresentam relações histórica muito fortes, que se iniciaram a partir do século XVI e perduram até os dias atuais. Essas influências moldaram a formação étnica e cultural do povo brasileiro. Atualmente, o Brasil constitui-se numa das dez maiores economias do mundo e está consolidado como uma potência regional que busca, cada vez mais, ampliar sua influência no cenário internacional. Por outro lado, fruto de uma descolonização tardia, problemas internos, anos de exploração, dentre outros fatores, a África, sobretudo na nova ordem mundial pós Guerra-Fria, continua apresentando uma série de óbices em seu desenvolvimento, com ênfase nas expressões política, econômica e social. Esses problemas refletem, num primeiro momento, nos baixos índices de desenvolvimento humano e estatal da região e, num segundo momento nas questões migratórias forçadas do continente. Nesse contexto, o trabalho propôs a analisar em que medida os movimentos migratórios forçados ocorridos na África podem afetar o Brasil. Esse estudo foi feito sob a ótica de elementos da geopolítica e teve como pano de fundo o Atlântico Sul. Para alcançar esse objetivo, a pesquisa procurou se amparar na revisão conceitual de pressupostos teóricos geopolíticos e na análise geopolítica das regiões banhadas pelo Atlântico Sul, tanto no campo econômico como no psicossocial. Além disso, o trabalhou procurou traçar um panorama atual situação da falência estatal em alguns países africanos e seu consequente impacto nos movimentos populacionais forçados.