Os atuais impactos do emprego recorrente do Exército Brasileiro em operações de não guerra : uma abordagem sob o ponto de vista das operações especiais

Abstract

O emprego recorrente do Exército Brasileiro (EB) em operações de Não Guerra levanta importantes questionamentos acerca dos impactos causados sobre o preparo de forças de operações especiais (F Op Esp) para o caso de emprego em situação de Guerra. Desde 1992, o emprego da Força Terrestre, instrumento de ação do EB, normalmente acompanhado do emprego de suas F Op Esp, tornou-se cada vez mais recorrente. O governo brasileiro recorreu ao poder militar para atender demandas urgentes da sociedade, o que pode ser exemplificado com as atuações em comunidades do Rio de Janeiro durante a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO-92); durante as visitas de diferentes autoridades políticas e/ou religiosas; para garantir a lei e a ordem (GLO); ou para garantir a segurança dos grandes eventos realizados no Brasil, tais como a Copa do Mundo da FIFA (2014) e os Jogos Olímpicos Rio 2016. Diante disso, experientes operadores de forças especiais levantam indicadores que podem revelar que a demanda supracitada pode provocar impactos negativos sobre os critérios que caracterizam a capacidade de uma força de cumprir sua destinação funcional em caráter permanente de prontidão, sobretudo no que diz respeito às atividades de preparo de unidades especiais para operações clássicas de operações especiais com maior vocação para as situações de Guerra.