A liderança estratégica brasileira na Zopacas como ferramenta de cooperação e paz no entorno estratégico brasileiro

Abstract

O início do Século XXI trouxe ao mundo uma modificação estrutural nas relações internacionais. Com o fim da bipolaridade e o declínio relativo da hegemonia norte-americana, novos atores estatais passaram a disputar espaço no ordenamento mundial. Dessa forma, novos “players”, como o Brasil, a Rússia, a Índia e a China se articulam, fortalecendo o multilateralismo. Dessa forma, a globalização trouxe uma outra tendência, que é o de fortalecimento dos Estados Nacionais, a fim de manter seus Status Quo, gerando maior protecionismo, redução da colaboração entre as nações e acirramento das disputas por áreas que tenham recursos naturais estratégicas e que possam alavancar os setores econômicos dos países. No sentido de entender a conjuntura internacional, particularmente as nuances do Entorno Estratégico Brasileiro e a importância para o exercício da liderança estratégica no âmbito dessa região, desenvolveu-se esse trabalho, que possui o objetivo de analisar as ações brasileiras no contexto da ZOPACAS e as possíveis influências na liderança do Brasil em relação ao Atlântico Sul. A metodologia escolhida foi da Pesquisa Bibliográfica e Entrevista. Como resultado, foi desenvolvido um mapa mental com as principais informações levantadas ao longo do trabalho e como conclusão podemos frisar que o referido mapa temático visa consolidar os dados sobre o Entorno Estratégico Brasileiro no Atlântico Sul, destacando elementos como a Zona Econômica Exclusiva, ZOPACAS, exercícios militares e ameaças à segurança, como pirataria e presença militar de países exógenos. Ainda, verificou-se que o Brasil reconhece a importância estratégica do Atlântico Sul e, através do uso de soft power, busca se aproximar dos países da região, embora sua atuação ainda seja considerada frágil comparada à de potências externas. Por fim, destaca-se que a ZOPACAS tem sido uma ferramenta importante para promover cooperação e estabilidade, e o Brasil tem se posicionado como um líder no fórum, facilitando diálogos entre países africanos e sul-americanos. No entanto, o Brasil ainda enfrenta desafios para consolidar uma liderança robusta e fortalecer sua presença na região.

The beginning of the 21st Century brought a structural change in international relations to the world. With the end of bipolarity and the relative decline of North American hegemony, new state actors began to compete for space in the world order. In this way, new “players”, such as Brazil, Russia, India and China, come together, strengthening multilateralism. In this way, globalization has brought another trend, which is the strengthening of National States, in order to maintain their Status Quo, generating greater protectionism, reduced collaboration between nations and intensification of disputes over areas that have strategic natural resources and that can leverage the economic sectors of countries. In order to understand the international situation, particularly the nuances of the Brazilian Strategic Environment and the importance of exercising strategic leadership within this region, this work was developed, which aims to analyze Brazilian actions in the context of ZOPACAS and the possible influences on Brazil's leadership in relation to the South Atlantic. The methodology chosen was Bibliographic Research and Interview. As a result, a mental map was developed with the main information collected throughout the work and as a conclusion we can emphasize that the aforementioned thematic map aims to consolidate data on the Brazilian Strategic Environment in the South Atlantic, highlighting elements such as the Exclusive Economic Zone, ZOPACAS, military exercises and security threats, such as piracy and the military presence of foreign countries. Furthermore, it was found that Brazil recognizes the strategic importance of the South Atlantic and, through the use of soft power, seeks to get closer to the countries in the region, although its performance is still considered fragile compared to that of external powers. Finally, it is highlighted that ZOPACAS has been an important tool to promote cooperation and stability, and Brazil has positioned itself as a leader in the forum, facilitating dialogues between African and South American countries. However, Brazil still faces challenges in consolidating robust leadership and strengthening its presence in the region.