O "Coup d' Oeil" do século XXI : uma possível contribuição da simulação de combate no preparo de tropas blindadas FORPRON para as operações de convergência

Abstract

O presente trabalho propõe-se a analisar a contribuição da Simulação de Combate para a melhoria da capacidade de planejar, executar e decidir dos Comandantes de Tropas Blindadas FORPRON do Exército Brasileiro, especialmente nas Operações de Convergência. A importância do tema é evidenciada em um ambiente militar contemporâneo caracterizado pela complexidade das operações e pela velocidade da decisão, ambos cruciais para o sucesso das missões. Os principais conceitos abordados incluem a Simulação Viva, a Simulação Virtual e a Simulação Construtiva, além disso, do Ciclo OODA (Observar, Orientar, Decidir e Agir), fundamental para o entendimento da tomada de decisão em ambientes de combate. A simulação de combate não se limita a garantir um ambiente seguro para o treinamento, mas se torna uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento de habilidades críticas, permitindo que os líderes militares enfrentem dilemas complicados de maneira rápida, ética e eficaz, mesmo quando tal tarefa diz respeito a cenários "impossíveis", como os desafios do tipo “Kobayashi Maru”. Nesse sentido, a simulação ressai como a poderosa contribuição para melhorar a tomada de decisão, permitindo o desenvolvimento do "Coup d'œil do Século 21", uma capacidade intuitiva crucial para a eficácia das operações militares contemporâneas. O presente estudo demonstra a relevância de colocar os Comandantes em cenários que os desafiem verdadeiramente em sua tomada de decisão, sem que sejam facilitadas as vitórias, utilizando o erro como uma oportunidade para o aprendizado. Dessa forma, os valores éticos, a humildade e a capacidade de aprender com o erro são tão importantes quanto a capacidade técnica, provando que a verdadeira preparação engloba o fortalecimento moral e intelectual. Este estudo mostra como a simulação de combate se torna um vetor de aperfeiçoamento da tomada de decisão dos Comandantes de todos os escalões, se transformando em uma ferramenta indispensável para o futuro da Força Terrestre, estimulando reflexões profundas sobre liderança, ética e valores militares.

The present study aims to analyze the contribution of combat simulation to improving the planning, execution, and decision-making capabilities of the Commanders of FORPRON Armored Troops in the Brazilian Army, particularly in Multi-Domain Convergence Operations. The importance of this topic is highlighted in a contemporary military environment characterized by the complexity of operations and the speed of decision-making, both of which are crucial to mission success. The main concepts addressed include Live Simulation, Virtual Simulation, and Constructive Simulation, in addition to the OODA Loop (Observe, Orient, Decide, and Act), which is fundamental to understanding decision-making in combat environments. Combat simulation not only provides a safe environment for training but also becomes a fundamental tool for developing critical skills, allowing military leaders to face complex dilemmas quickly, ethically, and effectively, even in "impossible" scenarios such as Kobayashi Maru-type challenges. In this sense, simulation emerges as a powerful contribution to enhancing decision-making, enabling the development of the "21st Century Coup d'œil," an intuitive capacity crucial for the effectiveness of contemporary military operations. This study demonstrates the importance of exposing Commanders to scenarios that truly challenge their decision-making rather than facilitating their victory, using failure as an opportunity for learning. Thus, ethical values, humility, and the ability to learn from mistakes are as important as technical competence, proving that true preparation goes beyond technique, encompassing moral and intellectual strengthening. This research shows how combat simulation becomes a vehicle for improving decision-making across all levels of command, transforming into an indispensable tool for the future of the armed forces and fostering profound reflections on leadership, ethics, and military values.