A viabilidade da nacionalização do processo de manutenção preventiva dos carros de combate da Família Leopard

Abstract

A indústria de blindados é uma das mais avançadas tecnologicamente, com grande importância econômica e estratégica. No Brasil, a busca por competitividade e sustentabilidade econômica impulsiona a nacionalização de componentes, visando reduzir a dependência de importações e fortalecer a produção local. Este estudo analisa o processo de manutenção preventiva dos carros de combate da família Leopard, introduzidos no Exército Brasileiro nos anos 1990 e consolidados com a aquisição de 250 unidades do modelo Leopard 1A5 BR em 2008. O foco da pesquisa está na viabilidade de nacionalizar partes do processo de manutenção preventiva dessas viaturas, atualmente dependente de serviços e kits importados da empresa KNDS. O Manual Técnico da VBC CC Leopard 1 A5 BR detalha o processo de manutenção preventiva, dividido entre o chassi e a torre do carro, com diferentes níveis de complexidade, sendo as manutenções F1 e F2 realizadas pelo próprio operador e as F3, F4, e F5 conduzidas pela OM especializada ou pela KNDS. Foram analisados os custos de manutenção em dois cenários: um com o serviço importado e outro com o serviço parcialmente nacionalizado, realizado pelo Pq R Mnt/3. Os resultados mostram que, em 2024, o custo da manutenção preventiva de quarenta viaturas pela KNDS foi de € 1.209.934,60, enquanto a manutenção de trinta e duas viaturas pela Pq R Mnt/3 custou € 18.481,36. Isso indica que o serviço importado é 65 vezes mais caro que a alternativa nacional. Essa diferença de custos sugere que a priorização da manutenção pela OM especializada pode gerar economias significativas e permitir investimentos na infraestrutura nacional para atender toda a frota blindada. A pesquisa conclui que a nacionalização parcial do processo de manutenção é viável e pode ser uma estratégia eficaz para reduzir custos e fortalecer a capacidade logística do Exército Brasileiro. No entanto, a continuidade da dependência de kits de manutenção importados permanece como um desafio. Recomenda-se que futuras pesquisas explorem a possibilidade de nacionalizar os insumos necessários para esses kits, além de analisar o processo de manutenção corretiva para quantificar os custos de importação de peças de reposição.