Acidentes com animais peçonhentos: prevalência, prevenção, tratamento, complicações e sua importância no meio militar - uma revisão bibliográfica

Abstract

Os exercícios militares ocorrem em uma variedade de ambientes pelo Brasil, inclusive em terrenos com alta prevalência de animais peçonhentos. Cada um desses cenários pode abrigar diferentes espécies de animais venenosos, daí o alto risco de ocorrência de acidentes durante as atividades militares. Assim, esse trabalho tem como objetivo levantar a prevalência de acidentes com animais peçonhentos no Brasil e nos exercícios militares, incluindo uma abordagem clínica, tratamento e possíveis complicações. Para tanto, foi realizada uma revisão da literatura buscando abordar os acidentes com animais peçonhentos ocorridos na população em geral, bem como os ocorridos durante atividades militares. Para esta parte específica do estudo, foram considerados dados compreendidos no biênio 2017 e 2018. Os resultados mostram que a incidência de acidentes com serpentes e aranhas registrados em militares em 2017 e 2018 foi maior na 12ª Região Militar ( compreende os estados do Amazonas, Roraima, Rondônia e Acre), sendo registrados 136,88 casos/ 100 mil hab com serpentes e 31,59 casos/100 mil hab com aranhas em 2017 e 272,20 casos/100 mil hab com serpentes e 55,47 casos/100 mil hab com aranhas em 2018; enquanto os acidentes com escorpião tiveram maior incidência na 9ª Região Militar (compreende os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), sendo 130,17 casos/100 mil hab em 2017 e 121,95 casos/ 100 mil hab em 2018. Em virtude dessa alta prevalência de acidentes com animais peçonhentos dentro do meio militar, se faz importante o conhecimento sobre esses animais, permitindo que os militares possam se preparar para lidar com os perigos específicos de cada região, podendo minimizar os riscos e garantir o sucesso das missões em uma ampla gama de ambientes e contextos operacionais. Isso pode incluir medidas preventivas, como o uso de equipamentos de proteção individual, a manutenção de distância segura de áreas conhecidas por serem habitats desses animais e a realização de verificações regulares dos acampamentos e das áreas circunjacentes.