Saúde mental e atenção primária: a importância de uma abordagem conjunta no meio militar

Abstract

A profissão militar possui características que a destoam das demais. Exige do profissional disponibilidade permanente, dedicação exclusiva e elevado padrão de qualidade associados à intensa cobrança física e psicológica. O militar está constantemente sujeito à pressão emocional, extensas jornadas de trabalho, condições adversas de terreno, exposição a agentes químicos, físicos e biológicos além de situações de ameaça real à vida dos combatentes, o que é inerente à profissão. Dessa forma se eleva a vulnerabilidade do militar ao estresse, favorecendo o adoecimento da mente e o surgimento de transtornos, vários dos quais com incidência crescente nos últimos anos em diversos segmentos da sociedade dentre os quais, cabe ressaltar: Ansiedade, Síndrome de Burnout, Depressão, Transtorno do Estresse Pós-Traumático e Ideação Suicida. O Exército, assim como as outras forças armadas do Brasil, conta com sistema de saúde de viés hospitalocêntrico, ou seja, com foco curativo em detrimento do preventivo apesar de fortes evidências e a tendência universal de inversão dessa modalidade. Objetiva-se entender as particularidades relacionadas à saúde da família militar no Brasil, sobre a qual há poucas publicações científicas. Trata-se de uma revisão de literatura descritiva baseada em obras nacionais e internacionais. Os transtornos mentais constituem causas importantes de incapacidade e redução do efetivo e da operacionalidade da força o que mostra a importância de destacar a atenção primária como ferramenta de identificação de situações de risco, prevenção para que a enfermidade não se desenvolva e caso já instalada, evitar sua progressão para casos graves incluindo desfechos negativos como o suicídio.