A diferença de nomenclatura existente nas publicações doutrinárias de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN) do Exército Brasileiro e o seu desdobramento nas ações da Força Terrestre

Abstract

A literatura sobre Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN) vigente no Exército Brasileiro (EB) apresenta divergências em sua nomenclatura, o que interfere nas ações de DQBRN da Força Terrestre brasileira. Nesse sentido, o presente trabalho oferece um debate sobre os motivos que geram a variação de nomenclatura existente nessas publicações, apontando as suas consequências para a operabilidade da DQBRN no Brasil. Essa instituição nacional apresenta características peculiares, que a diferencia das demais entidades estatais do Brasil. A grande rotatividade dos oficiais do EB, que permanecem em média 2 (dois) anos na mesma função; os diferentes tipos de personalidades que recebem encargos atinentes a produção de manuais de campanha e cadernos de instrução e a discordância da tropa no que se refere à exequibilidade descrita nessas publicações são as particularidades que explicam as diferentes nomenclaturas empregadas na DQBRN do EB. A Seção DQBRN da Escola de Instrução Especializada (EsIE), principal responsável pela produção literária sobre o assunto na Força Terrestre, contou com a presença de diferentes oficiais em seu corpo docente, que se utilizaram das experiências colhidas no ciclo de grandes eventos ocorridos no Brasil entre os anos de 2007 e 2016 e das observações realizadas após a conclusão de cursos de DQBRN no exterior para escriturar as publicações sobre o assunto. Nesse contexto, doutrinas incorporadas de outros exércitos por vezes se tornam impraticáveis pela tropa brasileira, o que gera adaptações para tornar possível a sua execução. A presente pesquisa foi realizada com base em fontes primária e secundária, por meio de consulta a Manuais do Exército Brasileiro. ______________________________________________________________________________________________ ABSTRACT The literature on Chemical, Biological, Radiological and Nuclear Defense (DQBRN) in force in the Brazilian Army (EB) presents divergences in its nomenclature, which interferes in the DQBRN actions of the Brazilian Land Force. In this sense, the present work offers a debate on the reasons that generate the variation of nomenclature existing in these publications, pointing out its consequences for the operability of the DQBRN in Brazil. This national institution has peculiar characteristics, which differentiate it from other state entities in Brazil. The high turnover of EB officers, who spend an average of 2 (two) years in the same position; the different types of personalities who receive duties related to the production of Campaign Manuals and Instruction Books and the troop's disagreement regarding the feasibility described in these publications are the particularities that explain the different nomenclatures used in the EB's DQBRN. The DQBRN Section of the Escola de Instrução Especializada (EsIE), the main responsible for the literary production on the subject in Força Terrestre, had the presence of different officers in its faculty, who used the experiences gathered in the cycle of great events that took place in Brazil. between 2007 and 2016 and the observations made after completing DQBRN courses abroad to write publications on the subject. In this context, doctrines incorporated from other armies sometimes become impracticable by the Brazilian troops, which generates adaptations to make their execution possible. The present research was carried out based on primary and secondary sources, by consulting the Brazilian Army Manuals.