A importância dos sistemas de proteção para as tropas blindadas russas no decorrer da guerra da Geórgia até os dias atuais

Abstract

O combate contemporâneo abriu novas possibilidades tanto para o combatente individual quanto para as tropas que agem em plataformas de combate como os carros de combate (CC). Com isso, são cada vez mais notórios os conflitos entre blindados e armas anticarro (AC) no cenário internacional atual, no qual percebe-se que os CC ainda permanecem como meio primordial para a vitória nos combates modernos, porém, encontram-se em uma posição na qual precisam escolher entre investir na blindagem de suas carcaças para enfrentar ameaças de diferentes espectros ou então desenvolver sistemas acessórios ativos e passivos para atuarem no complexo ambiente de batalha da guerra moderna. Apresentado tal problemática, esta monografia objetiva analisar os principais conflitos que foram evidenciados a necessidade dos Sistemas de Proteção Ativa (APS), e sustentar a tese de que se tornou imperativo a utilização de sistemas de defesa inteligentes contra munições adaptadas, a fim de manutenir o blindado como um meio primordial de guerra e de essencial importância estratégica para o Exército Brasileiro. Além disso, a escolha pela análise desse exército e do período determinado no título justifica-se pelas recentes guerras ocorridas no novo milênio, nas quais a Rússia não só acabou se envolvendo direto e indiretamente enviando sua gigante frota blindada para as frentes de batalha e presenciou uma alta quantia de baixas de seus CC, mas também pela mesma ser uma das maiores desenvolvedoras de APS do mundo. Nisso, a metodologia utilizada foi a da pesquisa bibliográfica na qual evidenciou-se o histórico dos APS até chegar nas suas mais novas versões como o Afganit e o Trophy, capazes de resistir a ataques dos mais modernos armamentos AC. Desde a Guerra da Geórgia até o conflito atual contra a Ucrânia, a Rússia vem demonstrando que o blindado ainda é decisivo até mesmo nos ambientes confinados das cidades, no entanto, vem acumulando enormes perdas para armas sofisticadas que o soldado de infantaria é capaz de carregar muitas vezes sozinho, iniciando com o RPG-7 em 2008 e culminando com os sofisticados Javelin e NLAW em 2022. Por fim, dentre os resultados obtidos apenas através de fotografias aéreas dos combates considerados, percebe-se que quase 6000 blindados russos foram destruídos ou danificados, número este que deve ser muito maior nos registros secretos do governo russo. Demonstra-se que a Rússia obviamente obteve perdas, não só por falhas logísticas e procedimentais, mas também por não ter sido priorizado a adaptação de APS em seus CC, e que já possuem indícios que comprovam a eficácia dessa tecnologia e, mais ainda, nações que já estão à frente aplicando-os em suas unidades. ___________________________________________________________________________________ Contemporary combat has opened up new possibilities for both the individual combatant and for troops acting on combat platforms such as combat cars (CC). With this, the conflicts between armored cars and anti-tank (AC) weapons are becoming more and more notorious in the current international scenario, in which it is clear that the CC still remain as a primary means of victory in modern combat, but they find themselves in a position in which they must choose between investing in the armor of their casings to face threats of different spectrums or else develop active and passive accessory systems to act in the complex battle environment of modern warfare. Presented such problematic, this monograph aims at analyzing the main conflicts that evidenced the need for Active Protection Systems (APS), and sustaining the thesis that the use of intelligent defense systems against adapted munitions has become imperative, in order to maintain the armored car as a primary means of warfare and of essential strategic importance to the Brazilian Army. Besides, the choice for the analysis of this army and the period determined in the title is justified by the recent wars that took place in the new millennium, in which Russia not only ended up getting involved directly and indirectly by sending its giant armored fleet to the battle fronts and witnessed a high amount of casualties of its CC, but also because it is one of the largest developers of APS in the world. The methodology used was bibliographical research, which showed the history of the APS, until it reached the newest versions, such as the Afganit and the Trophy, capable of resisting attacks from the most modern AC weapons. From the Georgian War to the current conflict against Ukraine, Russia has shown that the armor is still decisive even in the confined environments of cities. However, it has been accumulating huge losses to sophisticated weapons that the infantryman is often able to carry alone, starting with the RPG-7 in 2008 and culminating with the sophisticated Javelin and NLAW in 2022. Finally, among the results obtained, just through aerial photographs of the considered fighting, one realizes that almost 6000 Russian armored personnel were destroyed or damaged, a number that must be much higher in the secret records of the Russian government. It is shown that Russia obviously incurred losses, not only due to logistical and procedural failures, but also due to not having prioritized the adaptation of APS in their SCs, and that they already have evidence that proves the effectiveness of this technology and, even more, nations that are already ahead applying them in their units