A utilização do colete balístico e suas implicações durante o reconhecimento em força de uma companhia de fuzileiros de selva

Abstract

Uma das operações ofensivas em ambiente de selva de grande valor desempenhada pelo Batalhão de Infantaria de Selva (BIS) é o Reconhecimento em Força (Rec F). Contudo, em relação ao material distribuído nota-se que há uma lacuna doutrinária no que tange à utilização e emprego do Colete de Proteção Balística (CPB) durante as operações na selva. O objetivo desse trabalho é identificar os principais aspectos relacionados à utilização do CPB durante a realização do Rec F de uma Companhia de Fuzileiros de Selva (Cia Fuz Sl). Sendo este um estudo de caráter qualitativo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica exploratória, de modo a explicitar os aspectos relacionados a utilização ou não do CPB durante um Rec F na selva. Para isso, foi realizado um questionário que foi respondido por 40 militares de infataria que serviram em BIS a fim de verificar os aspectos fisiológicos e psicológicos atinentes à utilização desse material. Dessa forma, verificou-se que 95% dos participantes possuem conhecimento teórico (95%) sobre o Rec F. Entretanto, 75% nunca realizou um adestramento específico. No que tange ao CPB, observou-se que os aspectos negativos do seu uso em ambiente de selva se sobrepõem aos positivos, sendo apontado ser inviável a utilização do CPB do Exército Brasileiro (EB) em operações na selva (Op Sl). Verificou-se, ainda, a necessidade de adaptação do uso do CPB do EB durante Op Sl ou a mudança deste para coletes do tipo “plate carrier” visando minimizar os efeitos negativos. Além disso, ressalta-se a necessidade de adestramento específico no que tange a forma de manobra de Rec F. Mais estudos sobre esse tema devem ser conduzidos a fim de atualizar a doutrina militar da Força Terrestre (F Ter) no que tange ao transporte individual do colete balístico ou de placas balísticas durante um Rec F através selva.

One of the offensive operations in a jungle environment of great value performed by the Jungle Infantry Battalion (BIS) is the Reconnaissance in Force ( Rec F). However there is a doctrinal gap regarding the use and employment of the ballistic protection vest (CPB) during jungle operations. The objtective of this research is identify the main aspects related to the use of the CPB during the execution of the Rec F of an Infantry Company specialist in Jungle Operations (Cia Fuz Sl). This is a qualitative study. An exploratory bibliographic research was carried out, in order to explain the aspects related to the use or not of CPB during a Rec F in the jungle environment. A questionnaire was carried by 40 infantry soldiers who served in BIS in order to verify the physiological and psychological aspects related to the use of CPB. It was found that 95% of the participants have theoretical knowledge (95%) about Rec F. However, 75% never performed a specific training. Regarding the CPB, it was observed that the negative aspects of its use in a jungle environment are superior of the positive ones and it was pointed out that the use of the Brazilian Army (EB) CPB in jungle operations is unfeasible. There is a need to adapt the use of the CPB of the EB during jungle operations or change it for plate carrier vests in order to minimize the negative effects. In addition, there is a need for specific Rec F training. More studies on this topic should be conducted in order to update the EB doctrine about individual transport from the Ballistic Vest or from Ballistic Plates during a Rec F during jungle operations.