A guerra civil da Síria: uma abordagem histórica e suas implicações para a política migratória da União Europeia

Abstract

A Guerra Civil da Síria, desde seu início, tem resultado na morte de milhares de pessoas e provocado um forçado deslocamento de pessoas, as quais foram obrigadas a deixar seu país em busca da sobrevivência e de melhores condições sociais de vida. O conflito possui razões que remontam aos tempos do Império Turco-Otomano, que após sua fragmentação originou alguns países, entre eles a Síria. O Estado da Síria se encontra na região de confluência dos continentes europeu, asiático e africano, o que ressalta a sua importância em uma região historicamente cobiçada por outros países, sendo secularmente alvo de disputas. Após a independência, a Síria passou por diversos governos até a assunção de Hafez al-Assad, conhecido por seu regime fortemente ditatorial. Em 2000, Bashar al-Assad sucedeu seu pai, o qual havia governado a Síria por 29 anos até sua morte, mantendo-se no poder até os dias atuais e garantindo a permanência da família Assad na condução dos rumos da Síria. A partir dos episódios da Primavera Árabe, que decorria nos países do Oriente Médio e norte da África, a população síria começou a questionar a autoridade de Bashar, iniciando uma série de protestos contra seu regime autoritário. Com essa onda de protestos, em 2011 teve início a Guerra Civil da Síria, a qual tem resultado em diversas consequências para o povo sírio e para outros atores internacionais, como à União Europeia. O bloco europeu, por sua vez, vem tentando administrar a crise de refugiados decorrentes do conflito, sobretudo após o ano de 2015, onde se observou um expressivo aumento de cidadãos sírios que buscaram os países da Europa como refúgio do caos da guerra, arriscando-se em travessias pelo Mar Mediterrâneo que, ocasionalmente, resultam em mortes e principalmente em entrada ilegal na Europa. Para isso, a União Europeia vem estabelecendo regras e leis que contemplam mudanças em sua Política Migratória, com o intuito de conter a crise de refugiados em suas fronteiras e salvaguardar os interesses de seus nacionais, sem deixar de atuar em sua vertente humanitária em apoiar os cidadãos que fogem da guerra civil que assola o país Sírio.

La Guerra Civil Siria, desde su inicio, ha provocado la muerte de miles de personas y el desplazamiento forzado de otras, que se vieron obligadas a abandonar su país en busca de supervivencia y mejores condiciones sociales de vida. El conflicto tiene origen en los tiempos del Imperio turco-otomano, que tras su fragmentación dio lugar a algunos países, entre ellos Siria. El Estado de Siria se encuentra en la confluencia de los continentes europeo, asiático y africano, lo que destaca su importancia en una región históricamente codiciada por otros países e lo convierte en objeto de disputas durante siglos. Tras la independencia, Siria pasó por varios gobiernos hasta la asunción de Hafez al-Assad, conocido por su régimen fuertemente dictatorial. En 2000, Bashar al-Assad sucedió a su padre, quien gobernó Siria durante 29 años hasta su muerte. A partir de los episodios de la Primavera Árabe, ocurrida en los países de Medio Oriente y Norte de África, la población siria comenzó a cuestionar la autoridad de Bashar, iniciando una serie de protestas contra su régimen autoritario. Con esta ola de protestas, en 2011, comenzó la Guerra Civil Siria, que ha tenido varias consecuencias para el pueblo sirio y para otros actores internacionales, como la Unión Europea. El bloque europeo, por su parte, ha estado tratando de gestionar la crisis de refugiados derivada del conflicto, especialmente después de 2015, cuando hubo un aumento significativo de ciudadanos sirios, que buscaron países europeos como refugio del caos de la guerra, arriesgándose a cruzar el mar Mediterráneo, lo que ocasionó muertes por naufragios y, en particular, inmigración ilegal hacia Europa. Para ello, la Unión Europea ha venido estableciendo normas y leyes para ajustar su Política Migratoria, con el objetivo neutralizar en sus fronteras la crisis de refugiados, que huyen de la guerra civil que asola el país sirio, y al mismo tiempo respetar los intereses de los países de la Comunidad Europea.