O comando de operações especiais (COpEsp) na preparação de tropas para a atuação em operações de paz no contexto das missões na Organização das Nações Unidas (ONU), empregando expertises militares específicas não disponíveis nas forças convencionais

Abstract

O presente trabalho discorre sobre o Comando de Operações Especiais (COpEsp) na preparação de tropas para a atuação em Operações de Paz no contexto das missões na Organização das Nações Unidas (ONU), empregando expertises militares específicas não disponíveis nas forças convencionais. Foram gênese desse estudo as preponderantes idiossincrasias da Organização das Nações Unidas (ONU), no que diz respeito a tropas de operações especiais orgânicas de suas estruturas, a atual doutrina de emprego das Forças de Operações Especiais (FOpEsp) do Exército Brasileiro (EB) e as prevalecentes tarefas desenvolvidas pelo Destacamento de Operações de Paz (DOPaz) na Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH). Os interesses do emprego das FOpEsp em Operações de Manutenção da Paz (OMP) teve início em 2013, quando o Conselho de Segurança das Nações Unidas (CS) aprovou a resolução 2098. Tal resolução, além de outras medidas, criou a Brigada de Intervenção e, em sua composição havia uma Companhia de Reconhecimento e Forças Especiais. Isso tudo para melhor adaptar-se à evolução do conflito moderno, que é cada vez mais caracterizado pelo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo. No caso do DOPaz, a FOpEsp do Batalhão Brasileiro de Força de Paz (BRABAT) da MINUSTAH, os relatórios e a literatura o descrevem como caso de sucesso de emprego de FOpEsp. Os principais fatores de sucesso do emprego dessa tropa foram sua contribuição para as frações do BRABAT com as expertises essenciais das tropas especiais no combate as ameaças assimétricas. Assim, diante de uma necessidade de preparação das tropas brasileiras para o futuro enfrentamento aos grupos irregulares que dominam o ambiente contemporâneo, esse trabalho apresenta a importância de se aproximar o binômio FOpEsp-tropas convencionais.

The present work discusses the Special Operations Command (SOC) in the preparation of troops to work in Peace Operations in the context of missions in the United Nations (UN), employing specific military expertise not available in conventional forces. The genesis of this study were the preponderant idiosyncrasies of the United Nations (UN), with regard to organic special operations troops in their structures, the current employment doctrine of the Special Operations Forces (SOF) of the Brazilian Army and the prevailing tasks carried out by the Peacekeeping Operations Detachment (POSFD) in the United Nations Stabilization Mission in Haiti (MINUSTAH). The interests of using SOF in Peacekeeping Operations began in 2013, when the United Nations Security Council (UNSC) approved resolution 2098. This resolution, in addition to other measures, created the Intervention Brigade and, in its composition, there was a Company of Reconnaissance and Special Forces. All this to better adapt to the evolution of modern conflict, which is increasingly characterized by VUCA (volatility, uncertainty, complexity and ambiguity). In the case of SOD of the Brazilian Battalion (BRABATT) of MINUSTAH, reports and literature describe it as a successful case of using these troops. The main success factors of the use of this detachment were its contribution to the BRABATT fractions with the essential expertise of the special troops in combating asymmetric threats. Thus, given the need to prepare Brazilian troops for the future confrontation with irregular groups that dominate the contemporary environment; this work presents the importance of approaching the binomial SOF-Conventional troops.