Estrutura sistêmica e colaborativa para concepção conjunta de sistemas e plataformas de emprego militar

Abstract

O presente trabalho investiga o processo de obtenção de sistemas e materiais de emprego militar do Ministério da Defesa e das forças singulares, realizando pesquisa documental e bibliográfica. A fase de concepção foi a escolhida para aprofundamento do estudo do ciclo de vida de sistemas, onde as decisões do projeto são tomadas com maior impacto no custo, cronograma e cumprimento de requisitos técnicos e operacionais. Dentro da etapa de concepção, os principais conceitos teóricos são obtidos das normas internacionais de engenharia de sistemas, estabelecendo uma relação com as diretrizes específicas de ciclo de vida dos outros países e organizações. As estruturas de gestão de aquisições do Ministério da Defesa, Marinha, Exército e Aeronáutica também são analisadas, indicando uma constante evolução histórica, até a publicação recente de processos para concepção conjunta das três forças. Da análise documental e bibliográfica, é percebida a importância do nível de maturidade das tecnologias que comporão o sistema completo, sendo objeto de exame criterioso nos estudos de viabilidade da fase de concepção. Desta forma, ao verificar a necessidade que a base industrial de defesa tem de dominar o desenvolvimento e suporte logístico de novas tecnologias, este trabalho propõe três linhas de ação para tornar colaborativo o processo de concepção, integrando indústria, academia, instituições de pesquisa e desenvolvimento e as forças singulares. A primeira linha estabelece grupos de aplicações de sistemas e materiais de emprego militar, criando uma relação clara entre tecnologias e capacidades operativas. A segunda proposta divide as tecnologias de interesse da defesa em habilitadoras, que têm emprego imediato e suportam diversas aplicações, e emergentes, que apresentam potencial futuro de aplicação. Por fim, a terceira proposta aponta a modalidade de encomendas tecnológicas como a forma que a administração federal atualmente possui de mitigar o risco tecnológico, gerando demandas e soluções dentro da base industrial de defesa.

The present work investigates the process of systems and materials acquisition for military use of the Ministry of Defense and singular forces, conducting documentary and bibliographic research. The concept phase was chosen to deepen the study of the systems life cycle, where project decisions are made with greater impact on cost, schedule, and compliance with technical and operational requirements. Within the concept stage, the main theoretical concepts are obtained from international systems engineering standards, establishing a relationship with the specific life cycle guidelines of other countries and organizations. The procurement management structures of the Brazilian Ministry of Defense, Navy, Army, and Air Force are also analyzed, indicating a constant historical evolution, until the recent publication of processes for the joint concept of the three forces. From the documental and bibliographic analysis, the importance of the maturity level of the technologies that will compose the complete system is perceived, being the object of careful examination in the feasibility studies of the concept phase. In this way, when verifying the need of the defense industrial base to dominate the development and logistical support of recent technologies, this work proposes three lines of action to make the concept process collaborative, integrating industry, academia, research and development institutions. and the singular forces. The first line establishes application groups of systems and materials for military use, creating a clear relationship between technologies and operational capabilities. The second proposal divides the technologies of interest to the defense into enablers, which have immediate employment and support several applications, and emerging technologies, which have potential for future application. Finally, the third proposal points out the modality of technological orders as the way that the federal administration currently must mitigate technological risk, generating demands and solutions within the industrial defense base.