O Grupo de Artilharia de Campanha de selva nas operações ofensivas: a marcha para o combate fluvial e suas implicações para a bateria de obuses e sua linha de fogo

Abstract

A proteção da Amazônia Brasileira exige que as Funções de Combate estejam em constante evolução e aperfeiçoamento. Na selva, as armas, quadros e serviços devem estar adaptados ao combate em ambiente ribeirinho. A Artilharia de Campanha de Selva, em função de seu apoio de fogo, deve estar presente em todos os tipos de operações de guerra em ambiente amazônico, dentro das quais temos a marcha para o combate fluvial. O objetivo do presente trabalho foi verificar as implicações procedimentais e materiais à uma Bateria de Obuses e sua Linha de Fogo, por ocasião da realização de uma marcha para o combate fluvial. O mesmo se deu através de um estudo de caso baseado nas experiências das OM de Artilharia de Selva do Exército Brasileiro que participaram da Operação Amazônia 2020 e nas bibliografias existentes. Esta pesquisa buscou preencher possíveis lacunas no conhecimento da doutrina de emprego da Artilharia de Campanha de Selva, de forma a detalhar as técnicas, táticas e procedimentos a respeito do emprego da Bateria de Obuses de Selva e sua Linha de Fogo em uma marcha para o combate fluvial e no reconhecimento, escolha e ocupação de posição - REOP fluvial. Com isso, verificou-se que a marcha para o combate fluvial e o REOP Flu possuem semelhanças com suas formas tradicionais de execução e que as diferenças descritas no trabalho se dão em virtude das características do ambiente, do uso de embarcações, da necessidade de se transportar o obuseiro desmontado e do grande desgaste gerado na tropa. Verificou-se ainda, que a EPG é a embarcação mais adequada, atualmente, para as operações da Artilharia de Selva, apesar de suas limitações. Por fim, o trabalho sugere uma atualização da doutrina e o desenvolvimento ou aquisição de uma embarcação que melhor atenda os aspectos técnicos e táticos da Bateria de Obuses de Selva e sua Linha de Fogo.

The protection of the Brazilian Amazon requires that the Combat Functions are constantly evolving and improving. In the jungle, weapons, cadres and services must be adapted to combat in a riverside environment. The Jungle Campaign Artillery, due to its fire support, must be present in all types of war operations in the Amazon environment, within which we have the march for river combat. The objective of the present work is to verify the procedural and material implications for a Battery of Jungle Howitzers and its Line of Fire, when carrying out a march for river combat. The same will happen through a case study based on the experiences of the Brazilian Army's Jungle Artillery OM that participated in Operation Amazon 2020 and on the existing bibliographies. This research will seek to fill possible gaps in the knowledge of the Jungle Campaign Artillery employment doctrine, in order to detail the techniques, tactics and procedures regarding the employment of the Jungle Howitzer Battery and its Line of Fire in a march for river combat and in the recognition, choice and occupation of position - river RCOP. Thus, it was found that the march for river combat and the river RCOP have similarities with their traditional forms of execution and that the differences described in the work are due to the characteristics of the environment, the use of vessels, the need to transport the disassembled howitzer and the great wear and tear generated on the troop. It was also found that the EPG is currently the most suitable vessel for Jungle Artillery operations, despite its limitations. Finally, the work suggests an update of the doctrine and the development or acquisition of a vessel that better meets the technical and tactical aspects of the Jungle Howitzers Battery and its Line of Fire.