A especialização de militares na defesa antiaérea contra sistemas aéreos remotamente pilotados de pequeno porte

Abstract

Os sistemas aéreos remotamente pilotados (SARP) já consolidaram seu lugar, definitivamente, no rol de ameaças aéreas a serem consideradas em um combate nos dias atuais. Conflitos recentes, como os ocorridos na Síria, Líbia e no Cáucaso, corroboram essa consideração. Os baixos custos de produção em relação a aeronaves convencionais e a possibilidade de menor exposição de recursos humanos amigos (pilotos) têm exercido forte atração no mercado bélico atual, seja por parte de Estados Nacionais e suas respectivas forças armadas regulares, seja por elementos irregulares. A reboque dessa grande procura, começa-se a pensar, a nível mundial, em como defender-se desse tipo de ameaça. Muito já se discutiu e ainda será discutido sobre esse tema, mas, o que se tem de mais consolidado sobre esse assunto é o uso de fogos não-cinéticos (guerra eletrônica) contra esse tipo de ameaça. No Brasil, esse conhecimento foi obtido na prática, mais precisamente, durante os Jogos Olímpicos Rio 2016. Nessa oportunidade, a padronização adotada entre as agências, na ausência de doutrina consolidada, foi a o uso de interferidores eletrônicos para “capturar’ esses vetores. Como se verá mais adiante, essa linha de ação foi bastante satisfatória. Desde então, muito passou-se a discutir sobre a doutrina, organização, material, pessoal e infraestrutura “ad hoc”. O presente trabalho pretende adentrar na lacuna da educação e instrução para essa nova atividade, propondo soluções práticas para essa problemática.

Unmanned Aerial Systems (UAS) have definitely consolidated their place on the list of air threats to be considered in combat today. Recent conflicts, such as those in Syria, Libya and the Caucasus, corroborate this consideration. The low production costs compared to conventional aircraft and the possibility of less exposure of friendly human resources (pilots) have exerted a strong attraction in the current military market, either by National States and their respective regular armed forces, or by irregular elements. In the wake of this great demand, people are beginning to think, worldwide, about how to defend themselves from this type of threat. Much has been discussed and will still be discussed on this topic, but what has been most consolidated on this subject is the use of non-kinetic fires (electronic warfare) against this type of threat. In Brazil, this knowledge was obtained in practice, more precisely, during the Rio 2016 Olympic Games. On that occasion, the standardization adopted among the agencies, in the absence of consolidated doctrine, was the use of electronic jammers to “capture” these vectors. As will be seen later, this course of action was quite satisfactory. Since then, much has been discussed about the doctrine, organization, material, personnel and infrastructure “ad hoc”. The present work intends to enter the education and instruction gap for this new activity, proposing practical solutions for this problem.