A criação do 2º Grupamento de Engenharia e os reflexos para o desenvolvimento da região amazônica

Abstract

A Amazônia constitui um extenso bioma que se apresenta por mais da metade do território nacional. Entretanto, suas características singulares impõem grandes dificuldades para sua plena integração ao restante do país, em um cenário que remonta ao período de formação e consolidação da nação brasileira. Tal fato tem ensejado a formulação de políticas públicas para a valorização e desenvolvimento dessa vasta área do Brasil e seu reconhecimento como região vital para a defesa nacional. Desse modo, o Exército Brasileiro tem sido empregado há décadas na execução de obras de infraestrutura estratégica na Amazônia Legal, por meio do 2º Grupamento de Engenharia e de suas Organizações Militares subordinadas. Destarte, o objetivo geral consiste em analisar a relação entre a criação desse Grande Comando Operativo do Exército Brasileiro e seus possíveis reflexos para o desenvolvimento da região amazônica. Para sua consecução, foi realizada uma pesquisa bibliográfica baseada em livros, artigos científicos e trabalhos acadêmicos que abordam o histórico do pensamento geopolítico brasileiro e a atuação militar na Amazônia. Ademais, foi procedida uma pesquisa documental, focada em legislações do Ministério da Defesa, em manuais do Exército Brasileiro, em séries estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Banco Central do Brasil, além de relatórios do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Os resultados indicaram que o 2º Grupamento de Engenharia foi estabelecido em 1970 para coordenar os trabalhos dos recém-criados Batalhões de Engenharia de Construção, na execução de grandes projetos rodoviários na região amazônica. Os dados colhidos apontaram ainda que o rápido crescimento econômico observado nas últimas décadas foi impulsionado, em grande medida, pelo incremento do estoque de capital físico e pelo aumento populacional de seus estados. Não obstante, pôde-se inferir que tais avanços têm sido insuficientes para a superação das desigualdades socioeconômicas que a assolam, realidade que impõe a ação perene do Estado brasileiro em prol das populações amazônidas. _____________________________________________________________________________________________________________ ABSTRACT More than half of the Brazilian national territory is comprised of the Amazon biome. The Amazon’s unique features make it very difficult to integrate it fully with the rest of the country. This integration problem dates back to the period of formation and consolidation within Brazil. These difficulties have led to the formation of public policies based on the appreciation and the development of this vast Brazilian area as well as its recognition as a vital region for national defense. As a result, the Brazilian Army, particularly the 2nd Engineering Brigade and its subordinate military units, have been employed for decades in the execution of strategic infrastructure projects in the Legal Amazon region. The general objective of this term project is to analyze the relationship between the creation of a Brazilian Army Operational Command and its possible impact on the development of the Amazon region. To achieve this goal, bibliographic research was conducted based on books, scientific articles and academic works about the history of Brazilian geopolitical thought and military activity in the Amazon. In addition, documentary research was conducted that focused on the Ministry of Defense’s legal framework, on Brazilian Army manuals, on statistical series from the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) and the Central Bank of Brazil, and also on the United Nations Development Programme (UNDP) reports. The results of this research indicate that the 2nd Engineering Brigade was established in 1970 to coordinate the work of the newly created Construction Engineering Battalions in the execution of major road projects in the Amazon region. The data collected also pointed out that the rapid economic growth in the last decades was driven by an increase in physical capital stock and an increase in the population of its states. Nevertheless, it could be inferred that such advances have been insufficient to overcome dramatic socioeconomic inequalities in the region. This reality continues to require the permanent action of the Brazilian State in support of Amazonian populations.