A ferrovia de alta velocidade para o transporte de passageiros : estudo de um caso brasileiro

Abstract

A ferrovia de alta velocidade para o transporte de passageiros ao longo de corredores de alta densidade de tráfego, tem se tornado um dos mais eficientes meios de atendimento da demanda futura, quando suas taxas de crescimento são elevadas. Isso é mais verdadeiro, quando se observam os lucros operacionais e o enorme crescimento de tráfego apresentado pelas ferrovias japonesas na operação de suas linhas Shinkansen. Os exemplos e experiências do Japão e de outros países são suficientes para mostrar que no domínio de altas velocidades ferroviárias, até 300 km/h, a tecnologia ferroviária existente no Pais , estaria perfeitamente capacitada a desenvolver um projeto desta natureza se existissem vantagens econômicas, sociais e políticas de sua implantação. O estudo relata a experiência internacional nesse aspecto da tecnologia ferroviária, analisando as principais características de uma linha desta natureza. São feitas análises comparativas com as outras modalidades, visando determinar suas vantagens e deficiências, e do Brasil com os países que optaram por sua implantação visando bem caracterizar as semelhanças e diferenças estruturais entre eles. O estudo de casos no Brasil, é conduzido através de análises técnicas e econômicas comparativas de dois sistemas de transporte de passageiros no corredor Rio de Janeiro - São Paulo, o mais favorável a tal empreendimento na atualidade. A alternativa básica "sem" a ferrovia de alta velocidade considera as modalidades de transporte existentes na atualidade com a repartição modal atual e os necessários melhoramentos para o atendimento da demanda futura. segundo sistema alternativo, "com" a ferrovia de alta velocidade, levou em consideração os custos dos investimentos para implantá-la e sua repartição modal baseou-se nos tráfegos desviados das modalidades existentes, bem como no tráfego gerado pela própria ferrovia. os benefícios esperados foram definidos por meio da redução dos custos de operação e do tempo de viagem "porta à porta". O período de tempo considerado para as análises econômicas foi de 30 anos. De 1987 à 2016. Os resultados das avaliações, fundamentadas em análises econômicas e análises de custo social, apresentaram taxas de rentabilidade interna, inferiores ao custo de oportunidade do capital o que identifica, no momento, a inviabilidade do projeto nesse aspecto. Contudo, a viabilidade do projeto apresenta uma alta elasticidade em relação ao preço do combustível e ao número de passageiros transportados pela ferrovia e se consideradas as viagens intermediárias do corredor, bem como a tendência evolutiva dos preços do petróleo, a implantação desse sistema de transporte poderá tornar-se viável em prazo relativamente curto. A importância de tal sistema na obtenção de benefícios indiretos e as responsabilidades obtidas considerando o transporte somente entre os polos terminais do corredor, o qualificam desde já para a continuação dos estudos através de pesquisas e eventuais testes em linhas experimentais visando sua possível implantação em época oportuna futura.