A inserção da mulher na linha combatente bélica do Exército Brasileiro : possibilidades de emprego dentro de um batalhão logístico a partir de 2022

Abstract

A evolução histórica sobre a participação das mulheres nas Forças Armadas sofreu, no início da década de 70 do século XX, uma profunda transformação. Isso se deve ao fato da adoção de um novo modelo de participação social e de políticas públicas, fruto da inserção feminina no mercado de trabalho e pela pressão democrática em favor de valores igualitários e equidade de gênero. A partir de 2017, o Exército Brasileiro implementou, pela primeira vez, o Curso de Formação de Oficiais Combatentes para o Sexo Feminino. Consequentemente, houve necessidade de adotar medidas administrativas para melhor adequação das escolas de formação a nova sistemática, a fim de possibilitar as melhores condições para alunas e cadetes desenvolverem operacional, física e moralmente. Neste sentido, o trabalho buscou verificar as possibilidades de emprego da mulher dentro de um Batalhão Logístico. Para isso, foi dividido em três fases: a primeira um estudo por meio da literatura existente e relatórios relativos ao sexo feminino nas áreas combatentes em Forças Armadas de outras nações, bem como nas Forças Armadas e Auxiliares de nosso país. A segunda fase se caracterizou pela coleta de dados relativa ao questionário disponibilizado aos instrutores, aos cadetes do sexo feminino e masculino da primeira turma de formação. E na última fase, foi realizada a análise dos dados obtidos. Após isso, os dados foram comparados considerando 03 (três) aspectos: adaptação social, liderança e rendimento militar. Concluiu-se que as mulheres estão aptas para serem empregadas no Batalhão Logístico na área combatente. Foi possível constatar que outros aspectos devem ser estudados futuramente, dentre eles: avaliação física e assédio. O estudo permitirá novas oportunidades para que o Exército possa crescer mais inclusivo e adaptável diante da igualdade de gênero.