A influência do combate a artefatos explosivos improvisados em conflitos de 4ª geração para a evolução doutrinária do Exército Brasileiro

Abstract

Com o fim da Guerra Fria, o mundo passou por uma nova transformação em vários campos, inclusive o militar, marcado por conflitos de 4ª geração, também chamados de conflitos assimétricos, caracterizados pela participação de atores não estatais que utilizam meios inovadores e pouco convencionais para atingir o adversário estatal. Nesse cenário, os artefatos explosivos improvisados são largamente utilizados por insurgentes contra tropas convencionais, notadamente nos combates recentes do Afeganistão e Iraque. As tropas dos Estados Unidos da América, que correspondem aos maiores efetivos militares nesses países, vêm desenvolvendo ao longo das duas últimas décadas técnicas de combate a artefatos explosivos improvisados, que visam neutralizar esses materiais antes que venham a ser acionados, evitando assim perdas humanas, tanto em operações de Guerra como em operações de não Guerra. Diante desse quadro, o Exército Brasileiro carece de adestramento atualizado diante da ameaça dos artefatos explosivos improvisados, que por suas particularidades de baixo custo, fácil fabricação e utilização por atores não estatais, dentre outras; possuem grande capacidade de dispersão por todas as partes do planeta. Após uma averiguação das formas de emprego dos artefatos explosivos improvisados em combates recentes, além de ações de não Guerra, será proposto uma adequação da doutrina do Exército Brasileiro visando uma melhor preparação para combater a ameaça dos artefatos explosivos improvisados._____________________________________________________________________________ABSTRACT With the end of the Cold War, the world underwent a new transformation in several fields, including the military, which faced 4th generation conflicts, also called asymmetric conflicts, marked by the participation of non-state actors using innovative means and unconventional to against a state adversary. In this scenario, improvised explosive devices are widely used by insurgents against conventional troops, notably in the recent fighting in Afghanistan and Iraq. The United States troops, who correspond to the largest military personnel in these countries, have been developing over the last two decades techniques to combat improvised explosive devices, which aim to neutralize these materials before they can be fired, thus avoiding human losses, both in War operations and in nonWar operations. Given this situation, the Brazilian Army lacks up-to-date training to face the threat of improvised explosive devices, which, due to their low cost characteristics, are easily manufactured and used non-state actors, with a great dispersion capacity throughout the planet. After an investigation of the forms of use of improvised explosive devices in recent combat, besides actions of non-war, this article will propose an adaptation of the doctrine of the Brazilian Army aiming at a better preparation to combat threat of improvised explosive devices.