O papel das superpotências no processo de paz em Angola pós-Guerra Fria

Abstract

A presente pesquisa investigou o processo de paz experimentado em Angola logo após o término da Guerra Fria, centrando sua análise de observação na participação dos principais atores estatais que interferiram no respectivo processo de paz angolano. Iniciou-se esse trabalho realizando com breve contextualização do sistema internacional e do continente africano após a queda do muro de Berlim, seguido da apresentação do problema de pesquisa e do consequente objetivo a ser alcançado na mesma. Como base conceitual, adotou-se o paradigma da complexidade nesta pesquisa. Adotou-se como base temporal, os períodos de cada uma das missões de paz ocorridas em Angola durante o período compreendido entre 1989 e 2002, ano em que foi celebrado o acordo no país africano. Tendo em vista estes parâmetros, este trabalho partiu para a investigação propriamente dita e obteve como resultado que Angola foi um palco alternativo da disputa bipolar entre a a ex-URSS e os Estados Unidos da América, sobretudo pela existência de valiosos recursos naturais do país. Diante desta disputa, notou-se que a ONU demonstrou-se inclinada a satisfazer os interesses dos Estados Unidos, não impondo suas decisões de forma mais severa, haja vista o jogo de interesses em jogo mesmo após o término da Guerra Fria. O financiamento e apoio dos Estados Unidos e da ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas aos principais partidos políticos angolanos dificultou o processo de paz em Angola, que foi somente alcançado com a morte de Jorge Savimbi no ano de 2002.